Dois conjuntos ferroviários, incluindo estações do século 19, e 65 locomotivas antigas a vapor e elétricas, além de vagões e equipamentos, passaram a compor o patrimônio cultural do Estado de São Paulo.
O Conselho do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat) publicou a resolução de tombamento de 97 bens ferroviários, entre eles 17 locomotivas a vapor, incluindo raridades do século 19. Em outra resolução, foram tombados 55 bens ferroviários, incluindo locomotivas elétricas e as estações de Aguaí, na região norte do Estado, e de Varnhagen, em Iperó, no sudoeste paulista.
É o maior “pacote” de tombamento de bens do patrimônio ferroviário já registrado em São Paulo. Outros 27 itens estão em estudo.
O Condephaat considerou que os bens são representativos da memória ferroviária paulista e do Brasil. Estão espalhados pelos remanescentes de antigas ferrovias como Paulista, Mogiana, Central do Brasil, Sorocabana, São Paulo Railway e Santos-Jundiaí.
Muitos estão deteriorados ou sofreram vandalismo. A expectativa é de que, com o tombamento, que restringe intervenções ou outra destinação a esses bens, sejam captados recursos para restauro e conservação.
A resolução protege 17 locomotivas a vapor que puxaram vagões nos primórdios do modal ferroviário paulista, como a Maria Fumaça 200, fabricada em 1891 e adquirida pela Paulista, atualmente exposta em Garça.
Outras três locomotivas do século 19 – a 405, de 1892, da Mogiana; a 604, de 1885, que rodou pela Paulista, e a 302, de 1896, da Mogiana, estão em Campinas.
Locomotiva centenária
O tombamento abrange também o material rodante que marcou o processo de eletrificação ferroviária no Estado.
Destacam-se uma locomotiva elétrica centenária fabricada pela General Eletric em 1921 e outra da Metropolitan Vickers, de 1926
Há várias “Baratinhas”, “Lobas”, “Mini-Saias”, “Pimentinhas”, “Pão-de-Forma” e “Baratão”, apelidos dados às locomotivas levando em conta seu formato.
De acordo com a diretora da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPHH), Elisabete Mitiko Watanabe, desde 2011 o Condephaat vem reconhecendo a importância do patrimônio ferroviário e atendendo demandas de prefeituras e associações de preservação. “Foram tombamentos configurando as duas fases da história de implantação da ferrovia em São Paulo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.