O pastor evangélico e microempreendedor Flávio Milhomens dos Santos, 41 anos, morador em Nova Xavantina (MT), está à procura de seu pai, Antônio Aparecido dos Santos, 60, que mora em Araçatuba e há mais de quatro décadas não tem contato com o filho.
Os pais de Flávio se separaram quando ele tinha apenas um aninho de idade e, desde então, pai e filho nunca mais se viram. A família morava em Araçatuba, onde Flávio nasceu, na antiga maternidade Santa Terezinha, na Rua Duque de Caxias.
Com a separação dos pais, o então bebê e a mãe voltaram para a cidade de Palmelo, em Goiás, onde os avós maternos de Flávio residiam. “Meu pai levou a gente pra lá e sumiu de nossas vidas”, conta.
Seu sonho é encontrá-lo, mas sua mãe nunca dava informações ou pistas que levassem até ele. Durante a maior parte de sua vida só sabia o seu nome, que consta em sua certidão de nascimento ao lado do nome da mãe. “Sofri a vida inteira vendo as outras crianças com o pai, sempre imaginava ver o meu pai chegar, mas nunca tive isso”, lamenta.
Apenas recentemente é que Flávio conseguiu saber algo sobre o pai e descobriu que ele mora em Araçatuba. Por meio da certidão de casamento de seus pais, soube que ele nasceu em 14 de setembro de 1958, ou seja, completou 60 anos recentemente.
O documento revela que seus pais se casaram no dia dois de março de 1977, em Palmelo, Goiás. Os dois tinham 18 anos na época. O noivo, nascido em Guaraçaí (SP), era lavrador e morava na cidade goiana, onde conhecera Maria do Carmo.
Após o casamento, porém, a família se mudou para Araçatuba, onde Flávio nasceu, três meses depois. A certidão traz ainda os nomes de seus avós paternos: Generoso dos Santos e Maria de Lourdes Santos.
Hoje, aos 41 anos, Flávio tem um ferro-velho e uma oficina de carros. É também pastor evangélico da igreja Assembleia de Deus “Ponto de Unção e Fé” e apresenta o programa de televisão Ponto de Fé, pelo canal Alô Xavantina, afiliada do SBT.
Há três anos, viveu um drama familiar, ao perder um filho de 15 anos, que voltava da escola de bicicleta e, em uma descida, bateu contra uma carreta que vinha na direção contrária. “Quero muito encontrar o meu pai, abraçá-lo e contar pra ele sobre a minha vida. Tenho fé em Deus que vou realizar este sonho”, afirma.
Em suas fantasias, Flávio imagina o pai chegando em sua oficina. “Toda vez que chega um homem mais velho na oficina, pergunto o nome e fico pensando que poderia ser o meu pai”, conta.
A esposa, Luzia, é a grande incentivadora de Flávio. “O que ele mais quer é ter um abraço do pai. Ele sofre muito por isso e a gente está lutando para que ele consiga localizá-lo”, disse.
