Três boletins de ocorrência foram registrados nesta terça-feira, dia 18 de abril, contra o pastor evangélico e presidente da Igreja Assembleia de Deus – Ministério Belém em Fernandópolis, Elias Evangelista de Farias. Ele é acusado de importunação sexual, calúnia e difamação.
Uma irmã da igreja relatou às autoridades policiais que há cerca de seis anos vem recebendo elogios do referido pastor em ocasião quando estaria sozinha e que o tipo de abordagem seria de forma desrespeitosa, segundo a vítima.
De acordo com o boletim registrado no 1º Distrito Policial, a vítima declarou que há cerca de seis meses, caminhava pela rua quando teria recebido uma chamada de vídeo de Elias e quando atendeu, percebeu que o mesmo estava “pelado” e mostrado os órgãos genitais, ocasião que teria desligado o telefone.
A vítima ainda relatou que depois desse ato, Elias Evangelista nunca mais conversou com ela ou realizou outro tipo de chama de vídeo via telefone.
Já a segunda vítima contou aos policiais que por três vezes, em um período de um ano, se sentiu importunada pelo pastor, devido a investidas, elogiando vestido, blusa e cor dos olhos. A segunda vítima relatava que o olhar do pastor era inibidor, causando mal estar. Isso acontecia quando estava sozinha sem a presença do esposo e que teria conhecimentos que Elias Evangelista havia importunado outras mulheres da igreja.
A terceira vítima relatou na Delegacia que em certa época era convidada para cantar no altar e ao terminar o louvor, teria sido elogiada pelo pastor mencionado que gostava muita da marca do vestido que ela estava usando.
Ao chegar em casa, tirou as vestes e percebeu que a etiqueta do referido vestido se localizava na região das nádegas, levando a crer que Elias olha muito atrás dela.
Em outro determinado momento, Elias teria oferecido a terceira vítima dinheiro para que ela cantasse somente para ele, retirando do bolso notas de dinheiro. A partir desse momento, essa terceira vítima deixou de frequentar a igreja.
Ela ainda contou que a mãe continuou como membra da igreja e que em uma ministração de uma palestra somente para mulheres, Elias Evangelista apareceu com uma caixinha de salgadinhos na mão dizendo: “olha quem está aqui meninas”, puxando a terceira vítima, e trazendo contra o corpo dele, abraçando e ainda dizendo que ela estava muito cheirosa.
A terceira vítima declarou no boletim de ocorrência que tem conhecimento de outras vítimas que sofreram importunação sexual, mas que não teriam coragem de denunciar por causa dos maridos.
Relatou ainda que em certa ocasião, uma amiga da igreja teria ligado pra ele e pedido pra ela sair pra fora do local de trabalho para ver que Elias Evangelista estava ligando e mandando mensagem da esquina, querendo que abandonasse o esposo e ficasse com ele, e que ele ainda mencionou que daria uma vida melhor.
INJÚRIA e DIFAMAÇÃO
Elias Evangelista também sofreu registro de um boletim de ocorrência pelo crime de injúria e difamação, já que a quarta vítima é esposo de uma das mulheres importunadas pelo pastor evangélico. A vítima contou que no último dia 5 de abril deste ano, teria recebido em sua residência, por meio de um “motoboy”, uma carta do qual o chamava de “safado”, sendo acusado também de querer “comer” as irmãs da igreja e que “dar” em cima de mulheres mesmo sendo casadas.
Após receber a carta ele e a esposa foram até a residência do pastor e contou para a esposa dele que sua mulher (vítima) havia sido elogiada pelo pastor quando estava sozinho com ela, mencionado o fato do vestido e dos olhos, dando a entender que Elias tinha interesses sexuais na esposa da quarta vítima.
As declarações devem ser analisadas pelas autoridades policiais podendo ter um inquérito policial instaurado para averiguação dos fatos.
OUTRO LADO
Procurado pela reportagem, Elias Evangelista disse que somente falará sobre o assunto após ter conhecimento dos fatos. A conversa com o pastor foi registrado via WhatsApp na manhã desta quarta-feira, dia 19.
Já o departamento responsável pelas investigações desse tipo de denúncia na igreja sede do Belém em São Paulo, foi questionado pela reportagem sobre os fatos e até o fechamento desta notícia (23h00), ainda não havia retornado o e-mail encaminhado a secretária do ministério.
O RN perguntou qual o tipo de posicionamento da igreja mãe, no caso o Belém, sobre o fato? Se existe um Conselho de Ética que apura esses tipos de crimes? Se o pastor Elias Evangelista de Farias será afastado do cargo de pastor presidente até apuração dos fatos? Se alguma comissão de pastores viria a Fernandópolis para tomar ciência das denúncias e ouvir as denunciantes?
O regiaonoroeste.com obteve a informação que há um procedimento investigatório em andamento contra Elias na sede do Belém em São Paulo e também pediu informações sobre o fato.