Os parentes de vítimas das chacinas em Osasco, Barueri e Itapevi afirmaram que os comerciantes e moradores no entorno do bar onde oito pessoas foram executadas receberam a informação sobre um toque de recolher.
A polícia está investigando o caso, e trabalha com a hipótese de que os ataques tenham relação entre si. Também há a suspeita de que as mortes tenham ocorrido em reação ao latrocínio de um policial militar em Osasco e um guarda civil metropolitano em Barueri.
“Eu não estava sabendo disso e me falaram depois do ataque”, disse a manicure Angela Maria Pereira de Souza, de 33 anos. Ela era casada há 12 anos com o metalúrgico Jonas dos Santos Soares, de 33 anos, que foi assassinado enquanto tomava cerveja.
“Eu cheguei a ir ao bar pedindo para ele voltar para casa. Sempre fiz isso. Agora que caiu a ficha de que eu poderia ter sido morta também.” Na quinta, Soares estava de folga do trabalho.
A mesma informação sobre toque de recolher chegou para o ajudante Jean Fabio Lopes, de 34 anos. Ele era companheiro há 5 anos do artesão Eduardo Oliveira dos Santos, de 41 anos, também executado enquanto tomava cerveja no bar.
“Eu estava no trabalho quando me disseram que algo grave tinha acontecido. Cheguei ao bar e vi ele morto, sentado na cadeira sem nenhum sinal de reação para fugir”, disse o ajudante. Segundo ele o artesão era filho único e não tem família. “Era só eu e ele.”
Antecedentes. Os parentes das vítimas disseram que os criminosos perguntaram no bar se alguém tinha antecedente criminal. A resposta de “sim” resultou na primeira das mortes: o assassinato do ajudante Igor Silva Oliveira, de 19 anos.
No ano passado, ele assinou um termo circunstanciado (crime de menor potencial ofensivo) por uso de drogas. “Levaram ele para a delegacia e liberaram no mesmo dia. Ele foi morto por causa de um baseado (cigarro de maconha)”, contou o pai do jovem, o motorista Carlos Antonio de Oliveira, de 46 anos. Os parentes das três vítimas estão no Instituto Médico Legal (IML) de Osasco.