O papa Francisco se reuniu nesta segunda-feira, 7, no Vaticano, com seis vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do clero e se manifestou com uma “linguagem muito dura” contra essas agressões, informou a Santa Sé.
Três homens e três mulheres da Alemanha, da Inglaterra e da Irlanda, cujas identidades não foram reveladas, assistiram a uma missa celebrada pelo pontífice em sua residência, na casa Santa Marta. Na cerimônia, Francisco pediu perdão pelos pecados de omissão dos líderes da Igreja em relação as abusos.
Depois cada um deles teve uma audiência privada com o papa. “Este é um passo importante em um caminho positivo de saneamento e reconciliação para o futuro”, declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
O papa Francisco havia anunciado que se reuniria com vítimas de abusos sexuais quando voltava de viagem à Terra Santa, em 27 de maio. Na ocasião, ele disse à imprensa que não toleraria esse tipo de abuso de menores por parte de religiosos.
Segundo Francisco, um sacerdote que comete esse tipo de ato “trai o corpo do Senhor, com numa missa negra (um ritual de satanismo)”, e sobre isso tem de haver “tolerância zero”.
As declarações do pontífice ocorreram depois que a Organização das Nações Unidas (ONU) ter dito que considerava que o Vaticano violou a Convenção contra a Tortura nos casos em que poderia ter impedido os abusos sexuais, mas não o fez, e nas ocasiões em que nem investigou nem denunciou os atos criminosos.