O papa Francisco pediu neste sábado (24) que “os estereótipos e os preconceitos” em relação ao islã sejam evitados e lembrou, ainda, que “o melhor antídoto contra toda forma de violência” é a concepção da “diferença como riqueza e fecundidade”.
O pontífice se expressou deste modo durante uma audiência com os participantes de um encontro promovido pelo Pontifício Instituto para os Estudos Árabes e Islâmico (PISAI).
Francisco defendeu esta instituição ao dizer que “não se limita a aceitar os argumentos superficiais, que dão lugar a estereótipos e preconceitos”, mas “nos aproxima do outro sem levantar o pó que nubla a vista”.
“O trabalho acadêmico vai às fontes, cumula as lacunas, analisa a etimologia, propõe uma hermenêutica do diálogo e, mediante uma aproximação científica inspirada no estupor e na maravilha, é capaz de não perder a bússola do respeito mútuo e da estima recíproca”, disse o pontífice.
“Talvez nunca como agora seja advertida tal necessidade, porque o antídoto mais eficaz contra toda forma de violência é educar a descobrir e aceitar a diferença como riqueza e fecundidade”.
Francisco apontou que nos últimos anos, “apesar de algumas incompreensões e dificuldades”, houve avanços nas relações com o Islã e para isso foi “essencial escutar”.
“Isto não é só uma condição necessária em processo de compreensão recíproca ou de convivência pacífica, mas também é um dever pedagógico que nos permite reconhecer os valores dos outros, de compreender as preocupações que acompanham seus pedidos, de fazer aparecer as convicções comuns”, lembrou.
O diálogo com o islã exige, segundo o papa, “paciência e humildade”, além de “um estudo profundo”, pois “a improvisação pode ser contraproducente e inclusive causar mal-estar”.