Um grupo de torcedores do Palmeiras, liderado pelo ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, encaminhou uma carta ao atual presidente Maurício Galiotte cobrando explicações sobre a ação da Polícia Militar nos arredores do Allianz Parque no domingo, após a última partida na vitoriosa campanha no Campeonato Brasileiro, e também sobre a presença de políticos na entrega do troféu. O presidente eleito Jair Bolsonaro participou da festa no gramado.
Além de Belluzzo, assinam o documento conselheiros do Palmeiras, políticos, advogados e artistas, como o neurocientista Miguel Nicolelis, o cineasta Luiz Villaça, o professor universitário Valério Arcari e a atriz Diana Bouth, além de grupos de torcedores, como Bancada Alviverde e Palmeiras Antifascista.
A carta lembra incidentes violentos ocorridos nas proximidades ao estádio do Palmeiras. Com as ruas lotadas por torcedores do Palmeiras, a polícia adotou postura considerada truculenta, com uso de bombas de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha, para deixar a área livre para o trânsito.
“Como já fartamente denunciado em outras ocasiões, a Polícia Militar novamente agiu com truculência contra crianças, idosos, mulheres e homens que se reuniam pacificamente para celebrar nossa importante conquista. São dezenas de relatos de violência gratuita, desnecessária e desproporcional. Novamente, o torcedor palmeirense foi submetido a ataques com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e golpes de cassetetes. Inocentes precisaram ser hospitalizados. Comércios tiveram que baixar suas portas. Gente feliz e pacífica, que aproveitava um raro domingo de tranquilidade e sorriso no rosto, não pôde vivenciar em paz a essência da festa de nosso deca”, afirma a carta.
O documento também mostra incômodo com a presença de Bolsonaro na celebração do título do Campeonato Brasileiro, assim como do senador eleito Major Olímpio. “No domingo, dois políticos sequestraram nosso momento mais especial. O momento mais importante da sua gestão, presidente, foi transformado em um palanque político (com direito a lema e número de candidato), gerando uma imensa onda de insatisfação em parte substancial de nossa torcida. A presença de políticos, estranhos à nossa história e a todos os esforços comuns de torcedores e jogadores em busca do título, provocou nos palmeirenses que assinam esta carta e em muitos outros torcedores o mais profundo incômodo”, diz outro trecho do documento.