Na sessão da Câmara Municipal de ontem, dia 2, o vereador Daniel Palmeira (PDT) ocupou a tribuna e na sua fala sobre o projeto de aumento do subsídio do prefeito, teceu palavras duras sobre os profissionais que atendem na Saúde pública municipal. Afirmou que a maioria dos médicos da Saúde são homens vadios, preguiçosos e vagabundos.
Estava em discussão no momento o projeto de autoria do vereador Renato Frati (PTB), de aumento do salário do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários municipais. Cada vereador tinha a palavra aberta para expor sua opinião sobre a proposição. Na vez do parlamentar do PDT ele manifestou-se como um desabafo a sua fala. “Nesses meus 16 anos de Câmara e nesses últimos quatro anos vejo o quanto os vereadores foram desrespeitados. Em dois anos que fiquei na presidência dessa Casa nunca recebi uma ligação do senhor prefeito”.
O parlamentar, com a cópia do projeto em mãos, bradou. “Se fosse pagar com a mesma moeda, nem para o banheiro iria levar. Eu rasgaria esse projeto”. Criticou o modo com que foi tratado pelo Executivo. “Você ligar para o secretário, ele estava e dizer que não estava. Se fosse pagar com a mesma moeda jogaria no lixo”, referindo-se ao projeto de Frati.
Na seqüência, Daniel disse sobre outra conseqüência do projeto em discussão. “Esse projeto diz que é para melhorar a Saúde. Pago para ver”. Começou a criticar o atendimento na Saúde municipal e foi veemente. “Gente desumana essa que trabalha nos postinhos, são desumanos. A maioria dos médicos da Saúde são homens vadios, preguiçosos, vagabundos. E vai dizer que a Saúde vai melhorar. Pago para ver”.
Quanto ao aumento salarial de secretários, fez exceções, indicando César de Jesus Morasca, secretário de Saneamento Básico e Carlos Alberto Lepera Calixto, do Meio Ambiente, presentes na sessão.
Discordou
O médico e vereador Renato Frati discordou de Daniel. “O colega fez um desabafo forte, que concordo. “existem em todas as profissionais pessoas boas e pessoas ruins; na medicina é o que menos tem”.
Em aparte, Daniel disse: “quero corrigir essa falha; se cometi essa falha, quero me corrigir”. Frati disse conhecer bem “o nobre vereador”.
Crippa
Na discussão, Marcos Crippa (PTB) tomou a palavra na tribuna. “O que me chamou a atenção é em relação aos médicos. Quem citou que esse aumento estaria atrelado ao médico? Levamos a discussão para outro campo”, destacou. Disse que o momento é oportuno, e que “R$ 11 mil é muito dinheiro, mas para o prefeito não é nada. Ele fica 24 horas no ar”, referindo-se ao trabalho do chefe do Executivo.
Crippa referiu-se ao novo salário proposto ao vice-prefeito. “O que nos preocupa é o vice ganhar R$ 4 mil. É pouco porque ele tem que manter o vínculo por quatro anos”. O vereador pediu a Daniel Palmeira para fazer uma consideração especial ao médico José Sabion. Daniel reconheceu, no ato, “que não podemos generalizar”, e reiterou. “Já disse e volto a dizer: existem bons e maus profissionais; existe gente de ‘corpo mole’; é só sair nas ruas para ver”.
Unanimidade
O projeto de Frati, que eleva os salários do Prefeito e secretários em até 89%, no final da discussão, teve aprovação unânime em primeiro turno, inclusive com voto de Daniel. É necessário fazer-se votação em dois turnos para a aprovação definitiva de proposição. Portanto, para 2009 praticamente está consolidado o salário do prefeito em R$ 11 mil (atualmente é de R$ 5.800), do vice em R$ 4 mil (atualmente é de R$ 2.900) e dos secretários em R$ 7.500 (atualmente, R$ 4.400). A votação em turno final será no dia 9 de dezembro.
