A CATI e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em parceria com a Prefeitura de Jales, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente, promoveram uma palestra informativa sobre o cultivo do cacau em nossa região, na última quarta-feira, dia 13.
O engenheiro agrônomo Andrey Vetorelli Borges, da Secretaria de Agricultura do Estado, abriu o evento discutindo a escassez do cacau e a dependência de países com cenários políticos instáveis, o que tem levado ao aumento de seu valor. Ele explicou como fatores técnicos favoráveis, previsões climáticas desfavoráveis e a qualidade inferior dos grãos colhidos recentemente na Costa do Marfim, maior produtor mundial, impactam diretamente os preços do produto. Atualmente, com o quilo da amêndoa de cacau cotado a R$ 53,50 (em 13 de novembro de 2024), o mercado chama a atenção de novos investidores, já que a amêndoa possui a vantagem de poder ser estocada por até três anos em condições ideais.
O projeto Cacau SP, fruto de um trabalho de adaptação tecnológica e divulgação pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), tem contribuído para a expansão do cultivo de cacau como uma alternativa econômica, social e ambientalmente viável. Desde sua origem, em 2014, no noroeste paulista, o projeto tem atraído o interesse de produtores de diversas regiões e se consolidado como uma opção promissora para a diversificação agrícola.
A secretária de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente, Sandra Gigante, ressaltou os benefícios da região para o cultivo do cacau, destacando a vocação dos produtores locais, a qualidade do solo e o clima favorável que serve como uma zona de escape para as doenças do cacau. Ela acredita que o Estado de São Paulo tem todos os ingredientes necessários para se tornar um grande produtor de cacau, complementando a produção nacional e até mesmo alcançando a autossuficiência.
“O apoio de empresas do setor de chocolate e a parceria com a CATI, que está presente em 40 regionais, tornam esse projeto uma excelente oportunidade para os produtores de Jales e região. Com o suporte adequado, é possível superar os desafios iniciais e iniciar uma produção sustentável e lucrativa”, afirmou Andrey Vetorelli.
José Roberto Goes, da CATI Sementes e Mudas, também participou do evento e explicou o grande esforço que está sendo feito para garantir a produção de mudas de qualidade para a região. Ele destacou que, até abril de 2025, a CATI espera disponibilizar cerca de 20.000 mudas para atender a demanda crescente e dar início a uma produção robusta na região.
A produção de cacau apresenta grandes vantagens, principalmente no que diz respeito à sua longevidade. Com expectativa de vida de até 35 anos, um cacaueiro pode produzir até 105 kg de amêndoas ao longo de sua vida. No terceiro ano de plantio, a produção média é de 3 kg de amêndoas por planta, o que torna o cacau uma excelente alternativa a outras culturas perenes que vêm desvalorizando, como os cítricos.
A palestra, que também incluiu uma sessão de networking entre os produtores e técnicos, foi encerrada com uma sensação de otimismo e motivação entre os presentes que agora vislumbram a possibilidade de explorar novas oportunidades de cultivo, desde a criação de viveiros de mudas até o estabelecimento de agroindústrias para o beneficiamento do cacau.