sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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País terá vacina contra à dengue

Dentro de dois a quatro anos o Brasil deve ser independente na produção de vacina contra dengue. Dois estudos em andamento no País – pelo Instituto Butantan, de São Paulo,…

Dentro de dois a quatro anos o Brasil deve ser independente na produção de vacina contra dengue. Dois estudos em andamento no País – pelo Instituto Butantan, de São Paulo, e pelo Laboratório Bio-Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro – têm expectativa de iniciar os ensaios clínicos (testes em seres humanos), respectivamente em 2010 e 2012.

Os dois centros de pesquisas trabalham para a viabilização de vacinas tetravalentes, capazes de imunizar contra os quatro sorotipos da dengue. O Brasil tem em circulação os sorotipos 1, 2 e 3. Mas o tipo 4 circula por vários países da América Latina, o que facilita sua introdução no País. A produção de vacina contra a dengue foi o tema de uma mesa-redonda desta terça-feira, durante a 60ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre até o dia 18 na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O docente do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP), que atua em parceria com o Butantan, Expedito Luna, explicou que desenvolver uma vacina contra a dengue é a única alternativa atual de controle da doença, que se expande cada vez mais e se tornou endêmica em países na faixa do equador e trópicos. “As ações atuais de controle do vetor não têm se mostrado eficazes devido à estrutura precária dos aglomerados urbanos desordenados. Então a vacina é a alternativa de controle”. Luna listou sete estudos em desenvolvimento no mundo, dos quais dois no Brasil. A pesquisa do Butantan é feita em parceria com pesquisadores norte-americanos, e se baseia na utilização de vírus recombinados.

Contra os vírus 1 e 2 os resultados em pesquisas pré-clínicas em dois tipos de animais (camundongo e macacos rhesus) se mostraram efetivos. Já contra o tipo 3, as respostas ainda deixam a desejar e novas possibilidades estão sendo estudadas, bem como contra o tipo 4. Se o teste clínico confirmar segurança e eficácia, o medicamento entra em produção de mercado. A idéia é, no futuro, incorporar a prevenção contra a dengue no calendário de vacinação nacional. A expectativa, segundo o presidente do Butantan, Isaías Raw, é de que em dois anos o instituto passe a produzir entre 20 milhões e 30 milhões de doses anuais da vacina.

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