domingo, 24 de novembro de 2024
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País será engolido pelo mar e será a primeira nação digital

Tuvalu, um arquipélago paradisíaco no Oceano Pacífico, corre o risco de se tornar um dos primeiros países a desaparecer devido às mudanças climáticas. Com seu ponto mais alto a apenas…

Tuvalu, um arquipélago paradisíaco no Oceano Pacífico, corre o risco de se tornar um dos primeiros países a desaparecer devido às mudanças climáticas. Com seu ponto mais alto a apenas cinco metros do nível do mar, a região pode ser engolida pela água nas próximas décadas.

Diante dessa ameaça, os cerca de 11 mil habitantes tentam transformar Tuvalu na “primeira nação digital do mundo”.

O governo do país pretende digitalizar desde a configuração física das ilhas até as danças tradicionais. A ideia é que, digitalmente, a população possa inclusive participar das eleições.

“Nossa nação digital fornecerá uma presença online que poderá substituir nossa presença física e nos permitirá continuar a funcionar como um Estado”, disse o ministro Simon Kofe, de Justiça, Comunicação e Relações Exteriores.

Em novembro, a Austrália concordou em receber refugiados climáticos de Tuvalu que perderão seu território. Ao longo dos anos, as autoridades tuvaluenses têm alertado sobre a urgência de ações para combater a crise climática.

O governo de Tuvalu anunciou no final de 2022 o projeto “Future Now” (Futuro Agora), que visa “transferir” o país para o metaverso.

Segundo Simon Kofe, o país já mapeou tridimensionalmente as 124 ilhas e ilhotas que compõem o território; está criando um passaporte digital para que as pessoas possam continuar casando ou participando de eleições de forma online e investiu na infraestrutura nacional de comunicações.

Além de mapear digitalmente o país, as autoridades também estão perguntando ao povo tuvaluano o que eles gostariam de “salvar”.

A Convenção de Montevidéu sobre os Direitos e Deveres dos Estados, de 1933, estabelece que um Estado é composto por um território definido e por uma população permanente.

Em setembro deste ano, Tuvalu promoveu uma alteração na definição de Estado em sua Constituição. As novas disposições afirmam que “o Estado de Tuvalu, dentro do seu contexto histórico, cultural e jurídico, permanecerá perpetuamente no futuro, apesar dos impactos das alterações climáticas ou de outras causas que resultem na perda do território físico”.

Doze nações, incluindo Bahamas e Gabão, já assinaram comunicados conjuntos com Tuvalu reconhecendo essa nova concepção de estado.

O primeiro-ministro de Tuvalu, Kausea Natano, disse que o país continuará existindo e que sua soberania não é negociável.

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