Ajustes de contas, renegociações e planejamento. Este é o cenário de fim de ano para a maioria das famílias brasileiras e é nessa reta final que os pais são notificados sobre o reajuste nas matrículas escolares.
O economista Ed de Almeida, tem uma filha de nove anos que estuda numa escola particular da capital paulista. Ele já contava com o aumento da mensalidade e esta subiu quase 10%. Pela formação ele tem familiaridade com as finanças e diz que, alguns ajustes terão de ser feitos. “Óbvio que se você dissesse o seguinte: ‘terá de ser feito um aperto financeiro’. Normal, terá que abrir mão de algumas coisas. Mas o fato da escola ter se preparado, da minha filha gostar muito da escola é algo que a gente pensa ao fazer um aperto de contas e manter nessa mesma escola”.
Segundo levantamento do sindicato dos estabelecimentos de ensino do Estado de São Paulo, a expectativa é de que as matrículas terão um aumento no próximo ano ao variar de 10 a 12%. O valor é maior do que a inflação, que está atualmente em 7,17% no acumulado em 12 meses. De acordo com a lei brasileira, a escola realiza o ajuste baseada em planilha de custos. O presidente do sindicato, Benjamin Ribeiro da Silva, explica que o aumento varia de acordo com a escola. “Não existe um número mágico que reajusta todas as mensalidades de forma igual, até porque as escolas são muito diferentes. Temos escolas que custam de R$ 500 a R$ 600 a mensalidade, a escolas que custam R$ 9 mil a mensalidade. São realidades bastante diferentes”, explica.
Desde os anos 200, o número de escolas particulares que atendem as populações menos favorecidas aumentou, mas é justamente pessoas com renda menor que têm mais dificuldade em lidar com o reajuste.