segunda-feira, 23 de setembro de 2024
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Painel de Marielle Franco é apagado em escola depois de polêmica

O painel em homenagem à vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018 no Rio de Janeiro, foi apagada do muro da Escola Estadual Vitor Antônio Trindade, em…

O painel em homenagem à vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018 no Rio de Janeiro, foi apagada do muro da Escola Estadual Vitor Antônio Trindade, em Araçatuba (SP). A arte foi coberta por tinta verde na madrugada de quinta-feira (26) para sexta-feira (27).

A decisão de retirar a obra aconteceu após reunião do conselho escolar, na presença do corpo docente, alunos e responsáveis. Em nota, a Secretaria da Educação de São Paulo afirmou que a decisão foi estabelecida por meio de 15 votos a favor da mudança da imagem e 3 votos pela cobertura total da obra.

A escola possui autonomia para realizar atividades artísticas. E uma nova arte para o muro seria decidida nos próximos dias. No entanto, no dia seguinte da decisão, parte da obra já havia sido alterada.

A remoção da imagem da deputada foi alvo de críticas, como no caso de um protesto em cartaz de papelão na grade da escola, pelo lado de fora, com outra mensagem, a mesma frase que estampava o muro: “Quiseram nos enterrar, não sabiam que éramos sementes. Marielle Presente”.

O mural foi produzido na segunda semana de agosto, com autorização do conselho escolar composto por pais, professores e alunos. Porém, a arte levantou uma discussão do quão partidária a obra era, enquanto outros elogiaram.

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de Araçatuba, o qual a vereadora fazia parte, publicou um texto nas redes sociais a respeito do ocorrido.

“O PSOL Araçatuba não participou da construção do mural e tomamos ciência da homenagem através das nossas redes sociais, após várias manifestações de apoio da sociedade por conta da ação desenvolvida pela comunidade escolar. Nosso repúdio se faz necessário após diversos ataques vindos de grupos reacionários que insistem em atacar a imagem de Marielle e associam a homenagem há uma suposta politização da escola, defendendo inclusive a censura, através da remoção por meio de uma nova pintura no muro”, relatou a organização.

Apesar da aprovação do conselho escolar, a direção da escola Victor Antonio Trindade decidiu apagar o painel, após pressão de grupos externos, que inclui professores e pais de alunos que alegam se tratar de manifesto de cunho político-partidário com finalidade de influenciar ideologicamente os estudantes dentro do colégio. A ilustração foi ideia da professora de artes Roberta Baroni, que contou com o apoio e a criatividade do artista plástico Mauro Soh.

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