sábado, 23 de novembro de 2024
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Pai faz parto da própria filha com ajuda de bombeiro ao telefone

Quando o metalúrgico Cauan da Costa ouviu da mulher Lívia Gonçalves que o bebê do casal estava chegando, ele não fazia ideia do que estava por vir. A pequena Jade…

Quando o metalúrgico Cauan da Costa ouviu da mulher Lívia Gonçalves que o bebê do casal estava chegando, ele não fazia ideia do que estava por vir. A pequena Jade Victória estava com pressa e não daria nenhuma chance ao pai de levar a mãe ao hospital.

A única coisa que Cauan teve tempo de fazer foi ligar para o Corpo de Bombeiros e ser orientado por telefone sobre como traria a filha ao mundo.

O casal tinha acabado de voltar da casa da mãe de Lívia. Ela começou a sentir as contrações e avisou o marido, mas o tempo parece ter sido acelerado. Segundo Cauan, quando Lívia começou a gritar por causa das dores, ele percebeu que a situação era urgente.

O parto aconteceu na noite de terça-feira (2), na casa da família em Sertãozinho (SP). A gestação de Lívia estava na 38ª semana, e geralmente os partos ocorrem na 40ª semana.

“Depois dos gritos, não teve nem como não acreditar. Eu peguei o telefone para ligar, mas estava tão desesperado que não conseguia ligar para o Samu. Aí eu consegui ligar para o bombeiro”, diz.

Finalmente, quando conseguiu falar com os bombeiros, Cauan entendeu que a responsabilidade seria muito maior.

“O bombeiro também não acreditou quando eu falei que ela estava tendo o nenê naquela hora. Ele falou: ‘vai ter que ser você mesmo’”, lembra.

Cauan pediu à mulher para se sentar no chão e não deitar de forma alguma, seguindo as orientações do bombeiro que estava do outro lado da linha. Depois ele se preparou para amparar a menina.

“Na hora que eu olhei, falei: ‘Meu Deus do céu, está saindo, vai ter que ser agora’. Meu medo era acontecer alguma coisa e ela cair e bater a cabeça. Já peguei a cabecinha dela, a Lívia fazendo força e eu fui pegando ela [a criança] já”.

Depois que a menina nasceu, Cauan colocou a bebê no peito da mãe e aguardou a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), para cortar o cordão umbilical, e a dos bombeiros.

A ajuda via telefone foi essencial para que tudo desse certo.

“Mesmo se eu tentasse alguma coisa sozinho poderia dar errado. O que eu ia fazer se eu não tivesse conversado com o bombeiro na hora? A criança estava vindo e eu estava desesperado. Depois eu expliquei na hora para o pessoal do Samu e eles me deram parabéns, você acredita?”, diz Cauan, ainda surpreso com a atitude dele mesmo.

Lívia afirma que confiou no marido o tempo todo. Com a filha nos braços, ela conta que realizou um sonho. “Eu sempre quis ter uma filha, demorou ainda pra eu ter”, revela.

O nome foi escolhido a dedo: Jade Victória. “Porque ela é preciosa e guerreira”, explica a mãe orgulhosa. Para ela, o marido foi o maior herói.

Cauan já imagina como vai contar a história do nascimento à filha no futuro. “[Vou falar] filha, sabia que o papai que fez seu trabalho de parto? Papai tirou você.”

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