Brincalhona, carinhosa, atenciosa e mãe. É assim que o pai da motorista de aplicativo assassinada e roubada define a filha. Hortência Loureço Dias, de 37 anos, foi encontrada morta com sinais de agressão, no bairro Campo Alegre, na manhã de quinta-feira (13), em Olímpia (SP).
Dois homens foram presos temporariamente e um adolescente apreendido suspeitos de participação no latrocínio. A causa do óbito da vítima ainda não foi divulgada pelo Instituto Médico Legal (IML).
Em entrevista ao g1, Hermenegildo Lourenço Dias, de 73 anos, contou que a filha exerceu a profissão de professora por dois anos em Severínia (SP). “Há cinco anos, ela deixou o magistério e se tornou motorista de aplicativo aqui em Olímpia”, disse o idoso.
No dia do crime, Hermenegildo soube que um corpo tinha sido encontrado em uma estrada rural. Ele é separado da mãe de Hortência há cerca de 20 anos, mas entrou em contato com ex-mulher para saber se a filha tinha retornado para a casa.
Logo depois, o idoso foi à delegacia para registrar o desaparecimento da motorista de aplicativo e descobriu que a polícia tinha conseguido identificar a vítima. “Fiquei pensando na brutalidade com que mataram minha filha. Fiquei indignado. O rosto ficou tão machucado que não foi possível fazer a maquiagem para esconder os hematomas no dia do velório”, conta.
Ao g1, Hermenegildo também contou que a filha fazia tratamento com um psiquiatra, pois sofria com depressão. “Ela sempre foi atenciosa comigo e com a mãe dela. Chamava de mãezinha, paizinho”, relembrou.
Hortência era mãe de um adolescente de 16 anos e de uma menina de 8. Os dois filhos da vítima estão sob cuidados da avó. “O menino está mais quieto, não fala muito. A menina ainda chama pela mãe. Vamos procurar ajuda psicológica. A gente fica mais aliviado com as prisões, mas a dor ainda é muito grande”, disse Hermenegildo.
Prisões
Dois homens foram presos temporariamente e um adolescente apreendido por envolvimento no crime.
De acordo com o delegado Rodrigo Souza Ferreira, o primeiro suspeito foi preso na tarde de sexta-feira (14), no bairro Jardim Pedregulho, em Pirangi (SP).
Em depoimento à Polícia Civil, o criminoso detalhou o latrocínio, indicou a participação dos comparsas e revelou que Hortência foi enforcada, agredida e golpeada com uma caneta.
Ainda segundo o delegado, os outros dois suspeitos de envolvimento no crime foram levados à delegacia na tarde de sábado (15).
Os maiores de idade foram encaminhados para cadeias da região de Olímpia. Já o adolescente foi levado para a Fundação Casa.
Depoimento
Em depoimento, o primeiro suspeito a ser preso confessou que entrou em contato com Hortência e solicitou uma corrida para o bairro Quinta das Aroeiras.
Durante o trajeto, um dos criminosos aplicou um “mata-leão” na vítima e a puxou desmaiada para o banco traseiro do veículo. Em seguida, outro suspeito assumiu a direção do carro e seguiu para o bairro Campo Alegre.
À polícia, o mesmo criminoso que confessou o crime também disse que Hortência foi agredida, jogada desacordada em uma vala e golpeada no pescoço com uma caneta.
Logo depois, os três roubaram o carro da vítima com o objetivo de vendê-lo. O veículo foi encontrado abandonado em uma rua de Pirangi. A caneta foi apreendida para ser periciada.
O corpo de Hortência foi enterrado na manhã de sexta-feira, no Cemitério de Olímpia, sob forte comoção.