Felizmente o estado de saúde do menino de sete anos atacado por um escorpião em Potirendaba é cada vez melhor, mas o pai do garoto, Mario Antonio Frota Gaspar, acusa o hospital de Potirendaba pelo agravamento do quadro de saúde dele.
A criança teve que aguardar quase quatro horas para poder receber o soro que só tem em São José do Rio Preto, por determinação da Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo.
Em entrevista à Gazeta nesta quinta-feira (21/09/2017), o pai fala que o garoto tinha ido à cozinha pegar um lanche que estava em cima da mesa quando foi atacada. Imediatamente a mãe colocou o filho no carro e o levou para o Hospital de Potirendaba.
“Meu filho ficou duas horas esperando para ser transferido para Rio Preto e só quando viram ele vomitando é que decidiram transferi-lo. A culpa do estado de saúde do meu filho ter se agravado é do hospital de Potirendaba”, acusa.
Ainda segundo Mario, a criança chegou no Hospital da Criança com água no pulmão e o veneno já havia se espalhado pela corrente sanguínea dela. “O médico que atendeu meu filho nem sei se dar para ser chamado de médico, pois é completamente despreparado, aparentemente não sabia cuidar do caso. Do momento em que meu filho foi atacado, até o momento em que ele recebeu o soro, levou quase quatro horas. Foi por Deus que meu filho não morreu”, desabafa o pai.
O Hospital da Criança é o único da região que tem o soro para tratar picada de escorpião em crianças. Na última terça-feira (19/09), a direção do hospital de Potirendaba informou à Gazeta que o menino havia recebido os cuidados e sido transferido no mesmo instante para o HCM, mas que estava analisando o prontuário do menino.
Procurada novamente pela nossa reportagem nesta quinta, a instituição disse que o paciente foi devidamente atendido e encaminhado ao Hospital da Criança, sendo observados todos os protocolos e normas médicas aplicáveis ao caso. Nós questionamos a direção sobre tempo que a criança ficou no hospital e já que o hospital não pode possuir o soro por que não encaminhou o menino com a máxima urgência, a entidade não respondeu.
A casa da vítima faz fundos com uma chácara que está com um grande acúmulo de sujeira e o que facilita a proliferação de animais como estes. O Controle de Endemias de Potirendaba disse que já monitora o local e que equipes foram enviadas para a dedetização e o bloqueio na segunda-feira depois do acidente.
A criança já retirou os aparelhos que a ajudava a respirar e felizmente tem evoluído a cada dia seu estado de saúde. Segundo a assessoria de imprensa do Hospital de Base, ele ainda necessita de cuidados na UTI, seu estado de saúde é estável, mas ainda não tem previsão de alta.
“Eu amo Potirendaba e fico muito triste em saber que isso acontece aqui. Quero que as pessoas saibam disso e que o caso do meu filho sirva de exemplo para que ninguém perca seus filhos”, finaliza Mario.