Em 2009, um padre católico foi afastado de suas funções depois de surgir uma acusação de abuso de uma adolescente de 16 anos em 1976.
O reverendo Kenneth Kaucheck, hoje com 69 anos, tinha cerca de 25 anos há época e tinha acabado de ser ordenado padre. Entre o caso de abuso e a revelação, serviu seus votos como pároco em igrejas das cidades de Clawson, Dearborn, Detroit, Troy, Grosse Pointe Woods e Ferndale, todas em Michigan, nos Estados Unidos. Os promotores não apresentaram queixa crime alegando que a menina estava no limite da idade de sexo consensual e o caso era muito antigo, mas a Arquidiocese de Detroit puniu-o com o afastamento imediato das funções. O problema é que ele nunca esteve realmente afastado.
Em 2008, um ano antes de ser acusado pela vítima e afastado pela Igreja, Kaucheck fundou e passou a ser diretor de uma instituição que dá apoio a adolescentes grávidas e aos filhos delas, a Gianna House Pregnancy and Parenting Residence, prédio anexo à igreja Santa Veronica, em Eastpointe, também no Michigan. Há até pouco tempo, Kaucheck constava no site da instituição como diretor e um dos responsáveis por formar o conselho diretor. “O Conselho foi escolhido pelo padre Ken Kaucheck e a irmã Mary Diane Masson para prover uma ampla variedade de ideias e habilidades”, informava o site. Assim que o assunto voltou à tona, no fim do mês passado, o nome de Ken Kaucheck desapareceu da página da instituição.
David Clohessy, diretor da Rede de Sobreviventes de Abusados por Padres (SNAP, na sigla em inglês), ficou perplexo com a revelação de que “um padre que foi afastado porque molestou uma menina agora trabalha para uma organização sem fins lucrativos que ajuda meninas”. Joe Kohn, diretor de Relações Públicas da Arquidiocese de Detroit, órgão da Igreja Católica responsável pelo afastamento de Kaucheck em 2009, disse à Detroit Free Press que a posição que ele ocupa na instituição viola as restrições dadas a suas funções. “Nós garantimos que ele não tem permissão para continuar ocupando essa posição”, disse Kohn.