O homem que matou, com requintes de crueldade, uma criança de um ano e meio – filha de sua companheira, em janeiro de 2018, em Aspásia, foi condenado a 71 anos, 05 meses e 10 dias de reclusão, em regime fechado. Além disso, ele foi condenado também a cumprir 05 meses e 25 dias de detenção.
O julgamento, realizado na Câmara Municipal de Santa Salete, começou na manhã de quarta-feira, 05, e terminou já no início da quinta-feira, 06. Ao final da sessão do Tribunal do Júri de Urânia, presidido pela juíza Marcela Corrêa Dias de Souza, os jurados julgaram o réu culpado de todos os crimes de que foi acusado.
E não foram poucos os crimes: homicídio qualificado, estupro de vulnerável, posse ilegal de arma de fogo, cárcere privado e lesão corporal (estes dois últimos cometidos contra a companheira).
De acordo com informações do Blog do Cardosinho, entre as testemunhas de acusação estavam o delegado Sebastião Biasi e outros dois policiais que atenderam a ocorrência, além de uma conselheira tutelar de Jales. O ex-prefeito de Santa Salete, Ivalderis Molina, foi um dos sete jurados. A única testemunha de defesa não compareceu ao julgamento.
O CRIME
Segundo o delegado, a criança identificada como Guilherme, ficou com o padrasto T.S.O., quando a mãe foi até o CRAS da cidade, por volta das 14h, de terça-feira, 23 de janeiro de 2018, solicitar a transferência do Bolsa Família, já que haviam se mudado para Aspásia a menos de 20 dias.
Quando retornou encontrou o bebê com hematomas no abdômen, de imediato ele teria ameaçado contra a vida de Patrícia, a mãe de 18 anos, com uma arma, ela também foi agredida, com puxões de cabelo, diz a polícia.
Com a piora no estado de saúde da criança o padrasto concordou em acionar uma ambulância, desde que a mãe, contasse que o filho caiu de uma pia da casa, fato que concordou imediatamente afirmou o delegado. Segundo Biasi, o socorro para a criança foi prestado inicialmente com a permissão dele às 18h. Ela sustentou essa versão no atendimento da UPA-24h de Jales e na Santa Casa, mas confessou tudo com á chegada da Polícia e do Conselho Tutelar.
“A criança piorou e passou por cirurgia, suspeitaram da violência maior, porque não apresentava lesões no corpo a não serem no estômago, os órgãos internos estavam rompidos. Por isso acionaram o Conselho Tutelar e a Polícia” disse Biasi.
A Polícia foi acionada, sendo que agentes da Central de Polícia Judiciária realizaram buscas na residência do casal, com o acompanhamento da mãe, na cidade de Aspásia. Os policiais encontraram um revólver, calibre 38, com a numeração raspada de marca Taurus, foram encontradas no local 06 cartuchos intactos. Todo o material estava escondido no forro do banheiro. T.S.O. foi preso em flagrante delito. Ele foi recolhido para uma cadeia da região.
A FUGA
No dia 5 de janeiro, o padrasto já teria agredido a criança, ainda quando estavam em Campinas, na época também fez ameaças contra a mãe. A denúncia foi feita em um distrito policial da cidade, segundo o delegado, por um tio avô do bebê quatro dias depois, quando prestou o socorro necessário.
O padrasto T.S.O. tem envolvimento com a criminalidade, já que a vinda para Aspásia para a casa de parentes trata-se de uma fuga, sendo que ele estava sendo procurado por outros criminosos.
Além de ser investigado por participação em homicídios, o pai da criança, identificado como Cleiton foi morto em 2016, em um caso suspeito. O homicídio de uma mulher que teria ligação com outro envolvido na morte de Cleiton também é alvo de inquérito policial.
RETORNO
“Ela nunca viu ou veio para casa de parentes dele, Patrícia retornou para Campinas, voltou para cidade dela, com a família, com recursos nossos e do Conselho Tutelar”, destacou Biasi. O corpo da criança foi sepultado em Campinas.