Toalhas úmidas, escovas de dente sem escorrer, brinquedos espalhados pelo chão…esses são alguns dos “ambientes perfeitos” para fungos e bactérias se multiplicarem dentro de casa.
Segundo um estudo feito pela Fundação de Pesquisa para Saúde e Segurança Social (FESS) em parceria com a Universidade de Barcelona para a empresa de limpeza Sanytol, os hábitos de limpeza que temos podem transformar uma casa em um lugar bastante propício para a transmissão de doenças.
A pesquisa atestou que o banheiro é o local mais cheio de germes de uma residência. No entanto, ele também é o cômodo que se limpa com mais frequência e, sendo assim, muitas vezes acaba não sendo tão “perigoso” nesse aspecto quanto outros locais que ficam “esquecidos”, apenas acumulando sujeira – e, consequentemente bactérias e outros tipos de microorganismos.
Por isso, Maite Muniesa, que é representante do Departamento de Microbiologia da Universidade e liderou a pesquisa, chamou a atenção na apresentação dos resultados justamente para a falta de limpeza naquelas que chamou de “zonas esquecidas”.
A seguir, o ranking dessas zonas que podem colocar em risco a saúde dos moradores da casa.
1- Banheiro
Levando em consideração a função dos banheiros, não é muito surpreendente saber que eles estão no topo da lista.
O estudo inclui uma pesquisa com mil famílias espanholas e, de acordo com os resultados dele, somente 56% faz uma limpeza diária nos banheiros. E apenas 32% os desinfeta.
“Limpar o banheiro não é a mesma coisa que desinfetá-lo. Ter uma superfície limpa não é o mesmo que ter uma superfície sem contaminação”, afirmou Muniesa.
2- Esponjas e panos de cozinha
Segundo a pesquisa, a cozinha é outro local cheio de germes dentro de casa.
Eles se concentram principalmente nas esponjas e nos panos. Segundo a especialista, eles não costumam ser lavados diariamente e, muitas vezes, ficam úmidos ao longo do dia, o que colabora para a proliferação dos germes.
“Esses germes e bactérias podem ficar até duas semanas em uma esponja úmida”, afirmou a pesquisadora.
3- Pia
A pia da cozinha concentra 100 mil vezes mais germes do que o banheiro. Segundo o estudo, 14% delas abrigava mais de um milhão de bactérias por metro quadrado.
E muitas vezes, esses microorganismos se acumulam em pilhas de pratos com restos de comida.
4 – Torneiras, banheiras, máquinas de lavar e geladeiras
Assim como acontece com a pia, a umidade e o material orgânico acumulado nessas áreas criam um ambiente perfeito para a proliferação de bactérias.
Na borracha da máquina de lavar e da geladeira, por exemplo, não é estranho encontrar mofo ou bolor. Ela tem dobras muito difíceis de limpar e, sendo assim, acaba acumulando esses microorganismos.
5- Escovas de dentes e seus copos
A boca abriga centenas de microorganismos, que podem ser transferidos à escova de dente durante o uso.
Bactérias como estafilococos, bactérias coliformes, pseudomonas, levedura, bactéria intestinal e até germes fecais podem ficar alojados ali.
A pesquisa garante que 80% das escovas de dente examinadas abrigam milhões de microorganismos que podem vir a ser prejudiciais à saúde.
6- Chão
É comum deixarmos cair algum pedaço de comida no chão. Muita gente pega o pedaço de volta, dá aquela assopradinha e acha que, assim, já eliminou todas as bactérias que estavam ali. Mas isso não é suficiente,
O chão de uma casa é um dos lugares com maior concentração de microorganismos, segundo a pesquisa. Muitos deles são trazidos da rua com nossos sapatos.
Além disso, os especialistas em microbiologia advertem que as bactérias precisam somente de dez segundos para “colonizar” um pedaço de comida que cai no chão.
7- Tábuas para cortar
De acordo com Muniesa, até 20% das infecções alimentares ocorrem dentro de casa. Os microorganismos que frequentemente provocam esse tipo de problema são a salmonela, a escherichia coli e o campylobacter.
Todos eles podem se acumular na borracha da geladeira ou em panos úmidos. Mas também é comum encontra-los nas tábuas de cortar, que são ambientes propícios para abrigar germes.
Para evitar isso, é preciso desinfetá-las com frequência – o que pode ser feito facilmente no microondas.
8- Dispositivos tecnológicos
O teclado de um computador ou a tela de um celular podem chegar a ter 30 vezes mais microorganismos do que um banheiro limpo.
É que essas telas de celulares, os telefones, controles remotos e outros dispositivos tecnológicos estão em constante contato com nossas mãos.
“Nós mexemos em muitas coisas e não desinfetamos nossas mãos corretamente”, advertiu a especialista.
Por isso, os teclados podem acumular até 450 tipos de germes diferente, afirma a pesquisa.
9- Maçanetas
Elas são utilizadas uma vez ou outra ao longo do dia, mas são bem fáceis de se esquecer na hora da limpeza da casa.
Por isso, as maçanetas se tornam lugares propícios para o acúmulo de germes.
Mais que isso, os especialistas consideram que elas desempenham um papel importante na transmissão de vírus como o da gripe e outros que provocam doenças respiratórias.
10- Brinquedos
Não é raro encontrá-los espalhados pelo chão. Muitas vezes, são arrastados passando de uma criança para outea – e elas muitas vezes os colocam na boca.
Isso acaba fazendo com que os brinquedos também sejam focos de germes e bactérias.
Ainda assim, 17% dos entrevistados disseram aos pesquisadores que nunca desinfetam os brinquedos que têm em casa – o que facilita ainda mais a proliferação dos microorganismos.
Outro estudo feito pela Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, já alertou para a presença de bactérias que provocam pneumonia – Streoptococcus pneumoniae e Streptococcus pyogenes – nos brinquedos que ficam espalhados pela casa.
Diante disso, é muito importante prestar atenção nessas “zonas esquecidas” na hora da limpeza e mudar os hábitos, concluiu o estudo.