Cerca de 40 funcionários da Construtora Scamatti e Seller colocaram fogo em materiais para construção em um conjunto habitacional no município de Parisi, na manhã de ontem (11).
A maioria dos manifestantes é do nordeste e reclama que a obra foi paralisada, sem que recebessem salário e dinheiro para passagens de retornou às regiões de origem. Houve discussão e a polícia foi chamada.
O protesto aconteceu por volta das 11h e envolveu dezenas de operários que prestavam serviço na construção de 90 casas populares. A obra é do Governo Federal e está sendo realizada em uma área doada pela Prefeitura de Parisi. Durante a ação, os manifestantes colocaram fogo em materiais para construção e tábuas de madeira como protesto
O Corpo de Bombeiros de Votuporanga foi acionado para combater as chamas. Houve discussão entre trabalhadores com representantes da empresa e o clima ficou tenso. A Polícia Militar de Votuporanga e de outras cidades da região esteve no local para preservar as casas construídas e controlar a confusão.
Segundo os manifestantes, que vieram de várias cidades do estado e principalmente do maranhão, para realizar serviços hidráulicos, de reboco e alvenaria, todos foram dispensados após a obra ser paralisada na última semana, sem que o acerto salarial fosse efetuado. A dívida, segundo eles, chega aos R$50 mil.
Um deles, Flávio da Silva, fez acusações sérias. Ele disse que antes da manifestação, denunciou o caso ao Ministério do Trabalho, já que, segundo ele, além do atraso salarial, operários trabalhavam sem equipamentos de segurança adequados, e ficam alojados em um almoxarifado, com poucas condições de higiene. “Eles simplesmente pararam a obra e a gente ficou sem receber.
A gente precisa do dinheiro e das passagens para voltarmos para nossas casas O combinado era para ontem (dia 10)”, afirmou. Outro funcionário, Jair Rodrigues, disse que está sem receber a 45 dias.
Ninguém da empresa aceitou dar entrevista para rebater as acusações. Os operários foram chamados para negociar a situação individualmente, em um escritório.
Segundo eles, na sala fechada, eles receberam como resposta um compromisso verbal de que receberiam as quantias pelo trabalho efetuado.
Apesar do tumulto e dos ânimos exaltados, a situação foi controlada. Segundo o sargento Luiz Alves Ferrari, que comanda o policiamento em Parisi e esteve à frente na operação, os danos causados pelo incêndio foram poucos e a situação foi resolvida na conversa.
A obra do conjunto habitacional de Parisi está orçada em mais de R$5 milhões.