Ao todo, 14 pessoas, entre as 20 presas desde o último dia 16 através da “Operação Q.I.”, deflagrada pelo Gaeco e Polícia Civil, permanecem detidas. Agora, preventivamente, sem prazo determinado após as prisões temporárias terem expirado na última quinta-feira (25).
A psicóloga e empresária fernandopolense, Marta Silene Zuin Colassiol, sua secretá- ria, Mônica Aparecida Bertão dos Santos, também de Fernandópolis e apontada como “sócia” de Colassiol na empresa Persona Capacitação, a vereadora da cidade de Pradópolis/SP, Marlene Aparecida Galiaso, conhecida como “Marlene da Prefeitura” – indicada nos autos como “chefe da quadrilha” -, assim como as demais mulheres presas, permanecem na Cadeia Feminina de Cajuru/SP.
Seis pessoas – dois homens e quatro mulheres – foram soltas ao término das prisões temporárias, por decisão da 3ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, e uma continua foragida. O esquema, desbancado pelo Gaeco e Polícia Civil, direcionava a escolha de empresas vencedoras de licitações, bem como alterava gabaritos e nomes de candidatos aprovados em concursos públicos e processos seletivos de Câmaras Municipais e Prefeituras em mais de 30 cidades do interior de São Paulo.
Os pedidos de prisão preventiva foram apresentados pelo Ministério Público no início da tarde da última quinta, na conclusão de um inquérito que denunciou 29 pessoas por fraudes em ao menos quatro concursos e nove licitações. Há possibilidade da autuação de mais pessoas na medida em que evidências surjam, pois farto material, entre documentos, gabaritos e anotações, foi apreendido em diferentes municípios e ainda passa por análise, podendo resultar em novas prisões. As fraudes em licitações teriam desviado cerca de R$ 2,5 milhões dos cofres públicos.
BLOQUEIO DE BENS
Relatórios sobre o bloqueio de bens dos principais investigados no esquema de fraudes possibilitará a comprovação da compra de imóveis para lavagem de dinheiro pela quadrilha. As investigações indicam também possível ligação com “caixa 2” de campanhas eleitorais.
VANTAGEM POLÍTICA
A Polícia encontrou evidências de que a quadrilha levava vantagem política com as fraudes. Provas não eram manipuladas só para favorecer alguns candidatos, mas também para eliminar outros.
Anotações apreendidas comprovam que as empresas que realizavam o concurso ou processo seletivo anotavam nomes de candidatos que deveriam ter pontuação acrescida, e nomes de candidatos que tiveram sua pontuação subtraída da verdadeira.
Os gabaritos eram alterados conforme os acordos com políticos – prefeitos e vereadores.
João Leonel-O Extra.net