quinta, 31 de outubro de 2024
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Operação prende ex-diretor da construtora Delta

Uma operação comandada pelo Ministério Público do Distrito Federal prendeu, em Goiás, um ex-diretor da construtora Delta. A ação, batizada de Saint Michel, é um desdobramento da operação Monte Carlo,…

Uma operação comandada pelo Ministério Público do Distrito Federal prendeu, em Goiás, um ex-diretor da construtora Delta. A ação, batizada de Saint Michel, é um desdobramento da operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que prendeu o bicheiro Carlinhos Cachoeira no fim de fevereiro.
A polícia cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em Brasília, São Paulo, Goiânia e Anápolis. Entre os presos estão um vereador do PMDB de Anápolis, um ex-funcionário público do Distrito Federal e o ex-diretor da Delta para o Centro-Oeste, Cláudio Abreu.
O grupo é suspeito de tentar fraudar uma licitação para operar o sistema de bilhetagem eletrônica do transporte público da capital. A expectativa da quadrilha seria ganhar R$ 60 milhões por mês, como mostra o diálogo gravado pela Polícia Federal em junho de 2011.
O bicheiro Carlinhos Cachoeira conversa com um dos seus principais assessores, Gleyb Ferreira da Cruz. Na gravação, Cachoeira diz que quer que a Delta assuma o negócio:
Cachoeira: Você tem que fechar com o menino aí a contratação direta, entendeu? E a Delta assumir o trem. Quanto que é por mês?
Gleyb: Aquela estimativa deles é de 60 milhões. Tem um milhão de usuários de transporte aqui em Brasília.
Cachoeira: Pois é. Tem que fazer contratar direto a Delta, a Delta pega e compra o software lá com… E dá um dinheiro aí extra pros meninos, entendeu?
Os meninos citados nas gravações não foram identificados pela Polícia Federal. Em outro trecho da conversa, Gleyb diz que o diretor financeiro do DFTrans, que cuida do transporte urbano na cidade, Milton Martins de Lima Júnior, tinha aceitado participar do negócio.
Gleyb: O Milton, ele topa, não tem problema não. A porcentagem que eu falei com ele, que eu falei para a gente fazer gestão de 50.
Milton Martins de Lima não foi preso, mas teve de prestar depoimento.
Segundo as investigações, a quadrilha contava com uma rede de influência no governo para conseguir o contrato. O Ministério Público suspeita que Cláudio Abreu pagou propina para um servidor do governo do Distrito Federal. Mas o plano não deu certo. Quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada, o edital ainda não tinha saído. Um dos alvos da operação é a empresa Delta, envolvida em denúncias de corrupção.
O porta-voz do governo do Distrito Federal, Ugo Braga, disse que a quadrilha de Cachoeira não conseguiu nenhum favor do governo de Agnelo Queiroz, do PT.
“Cachoeira, e não é o caso, pode ter frequentado todo santo dia o DFTrans, mas ele queria vender uma coisa e não foi bem sucedido. É o que importa
O diretor financeiro do DFTrans, Milton Martins de Lima Júnior, negou envolvimento com o grupo de Carlinhos Cachoeira, e disse que nunca negociou propina ou intermediou negócios com o governo do Distrito Federal. As quatro pessoas presas nesta quarta-feira (25) estão no Departamento de Polícia Especializada, em Brasília. Policiais ainda procuram um dos diretores da Delta em São Paulo, Heraldo Puccini.

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