domingo, 10 de novembro de 2024
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Operação prende 18 pessoas que fraudava sistema de controle de madeira

Uma operação conjunta entre o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Federal, batizada com o nome Ananias, identificou uma quadrilha envolvida em tentativas…

Uma operação conjunta entre o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Federal, batizada com o nome Ananias, identificou uma quadrilha envolvida em tentativas de fraudar a nova ferramenta de controle do fluxo de madeira, o Sistema de Controle do Fluxo de Operações Florestais (DOF) para conferir falsos créditos de madeira a empresas madeireiras.

O grupo envolvia despachantes, madeireiros e servidores públicos envolvidos com comércio ilegal de madeira principalmente em Altamira, no Pará. Na operação, foram expedidos 37 mandados de prisão que atingem também servidores do Ibama, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Pará e da Secretaria de Fazenda do estado. Os envolvidos responderão a crimes como corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e crimes ambientais. Os servidores do Ibama serão afastados e responderão a processo administrativo disciplinar.

Balanço divulgado pela Polícia Federal no final da manhã de hoje (2º) indicava que 18 pessoas já haviam sido presas. Essa é a primeira operação desta natureza desde que foi implantado o DOF, em setembro do ano passado. O DOF é um sistema informatizado que substitui a Autorização de Transporte de Produtos Florestais (ATFPs), um documento de papel exigido pelo Ibama para o transporte de produto florestal de origem nativa.

O novo sistema foi implantado para evitar as fraudes. “No caso do DOF essas tentativas ocorrem, mas o processo de modernização permite que em tempo real, com sinais de alerta no sistema consigamos detectar rapidamente. Nas ATPFs, que eram em papel, demorávamos bastante tempo para identificar essas tentativas de fraude”, explica o diretor de florestas do Ibama, Antônio Carlos Hummel.

Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, com as ATFPs as operação duravam entre um ano e meio e dois anos, no caso da Operação Ananias foram apenas seis meses. “É um avanço significativo”, ressalta. Ainda não é possível ter os dados do prejuízo ambiental causado pela quadrilha como a quantidade de madeira comercializada, de acordo com Hummel. Além de Altamira, a operação abrange também as cidades de Santarém, Uruará, Belém, Itaituba, Placas e Porto de Moz, todas no Pará.

O nome Ananias é uma referência ao personagem bíblico do livro Atos dos Apóstolos que junto com a esposa Safira teria omitido ao apóstolo Pedro o real valor do dinheiro arrecadado com a venda de um terreno. De acordo com a bíblia, como punição pela mentira o casal teria morrido.

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