A Polícia Civil de Presidente Prudente deflagrou nesta terça (5), junto com quatro estados diferentes, a operação 2 Face, que visa investigar um suposto grupo criminoso suspeito de aplicar golpes usando aplicativos de mensagens. A operação ocorre em parceria com as polícias de Goiás, Roraima, Pará e Minas Gerais.
Segundo a polícia, DIG de Prudente instaurou um inquérito para investigar um golpe em agosto do ano passado, na qual a vítima, uma pessoa de Presidente Prudente, perdeu R$ 34.391,00. “Em pouco tempo, vislumbrou que, na verdade, não se tratava de caso isolado. Mas, outras dezenas de vítimas foram sendo catalogadas como pagantes enganadas pela mesma fraude eletrônica”, explica a polícia.
Desta maneira, considerando o relevante número de casos parecidos ocorridos em Presidente Prudente e região, os relatórios foram encaminhados ao Seccold (Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro) para análise precedente e emissão de relatório técnico.
A investigação durou sete meses e chegou até o Ministério Público paulista e levou o caso à Justiça, que autorizou o cumprimento de 41 mandados de prisão preventiva, 56 mandados de busca e apreensão, bloqueios e sequestros de contas cadastradas em 41 CPFs, além de uma dezena de sequestros de contas em cripto ativos.
OS CRIMES
Segundo a polícia, a organização suspeita atuava principalmente no estado de Goiás. Os criminosos conseguiam fotos de pessoas e, em busca e auxílio de outros criminosos digitais (com o cruzamento de informações) entravam em contato com familiares próximos (amigos, sócios, etc – todos pesquisados em redes sociais) informando a troca de prefixo telefônico (em chip cadastrado com a foto do conhecido) pediam dinheiro alegando problemas no aplicativo bancário.
“Parte das pessoas procuradas fizeram o pagamento e, apenas depois do encontro com os entes reais, descobriam o crime”. A suspeita é que o grupo tenha movimentado mais de R$ 3 milhões enganando outras pessoas.
Ainda segundo a polícia, somente no estado de SP, a operação deve esclarecer mais de 600 crimes registrados em cidades paulistas.
2 FACE
O nome da operação foi escolhida em tradução simples da escrita americana “two face”, usando o número não extenso, “duas faces” – em metáfora ao ardil eletrônico usado pelos criminosos que solicitam dinheiro das vítimas passando por conhecidos, inclusive, com fotografias retiradas das redes sociais ou telefônicas.