O Ministério da Saúde da Angola prevê vacinar contra o sarampo, nas duas próximas semanas, mais de 11 milhões de crianças até 10 anos. Estarão envolvidos na campanha, que começa hoje (22), estudantes de enfermagem e de medicina.
A campanha “Juntos pela eliminação do sarampo” vai ocorrer nas 18 províncias do país, no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário, entre hoje e 5 de outubro.
Só em Luanda, as autoridades de saúde preveem a vacinação de mais de 2 milhões de crianças, com idade entre 6 meses e 10 anos.
De acordo com o ministro da Saúde, José Van-Dúnem, o envolvimento das famílias na campanha é fundamental e por isso têm sido feitos apelos à mobilização da população.
A vacinação será feita em unidades sanitárias e postos de vacinação nas escolas, em creches e abrigos infantis, nos bairros e nas aldeias. Paralelamente, haverá a vacinação contra a poliomielite (em crianças até 5 anos) e a administração de vitamina A (dos 6 meses aos 5 anos).
Nesse processo, além de técnicos do Ministério da Saúde, estarão envolvidos estudantes de faculdades de enfermagem e medicina. “Para que eles possam ser atores nesta campanha”, destacou o ministro José Van-Dúnem.
A vacinação contra o sarampo é feita em Angola em crianças com mais de 9 meses, sendo a ampliação da faixa etária nesta campanha justificada pelas autoridades de saúde com a “evolução do quadro epidemiológico”.
A Organização Mundial da Saúde incluiu Angola este ano na lista de países que ainda registram surtos de sarampo, com 4.458 casos notificados em 2012, abaixo da República Democrática do Congo (72.029), de Burkina Faso (7.362) e da Nigéria (6.447).
Dados estatísticos do Ministério da Saúde de Angola, a que a Agência Lusa teve acesso, mostram que o país registrou em 2013 um total de 15.632 casos de sarampo, que resultaram em 305 óbitos.
As províncias do Uíge, no Norte do país, com 2.874 casos, e do Bié, com 2.385 casos, foram as mais afetadas.
O Plano Estratégico de Eliminação do Sarampo 2014-2020, do Ministério da Saúde de Angola, prevê o reforço da vacinação de rotina, a realização de campanhas nacionais, a introdução da segunda dose de vacinação contra a doença no calendário nacional e a vigilância epidemiológica ativa.