Os últimos oitos anos (2015-2022) podem ter sido os mais quentes da história, apontou um relatório provisório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), órgão das Nações Unidas (ONU), divulgado durante a abertura da COP27, a Conferência do Clima, neste domingo, 6.
No evento que está acontecendo no Egito, o estudo apresentado mostrou que as concentrações dos principais gases causadores do efeito estufa, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, atingiram níveis recordes em 2021. O documento também prevê aumento na temperatura média de cerca de 1,15°C neste ano, acima da marca pré-industrial. “Quanto maior o aquecimento, piores os impactos. Temos níveis tão altos de dióxido de carbono [um dos maiores contribuintes para a crise climática] na atmosfera agora que o 1,5°C do Acordo de Paris mal está ao nosso alcance”, alertou o diretor da OMM, Petteri Taalas. A organização ainda estima que a tendência de aumento se confirmará mesmo com a influência do La Niña, evento climático natural que costuma estabilizar as temperaturas globais. “O La Niña não está revertendo a tendência de longo prazo. É apenas uma questão de tempo até que um novo ano mais quente chegue”, continuou.
Segundo a OMM, o relatório traz um certo pessimismo para o futuro. “Já é tarde demais para muitas geleiras, e o derretimento continuará por centenas, ou mesmo milhares de anos, o que terá grandes consequências no abastecimento de água”, acrescentou Petteri Taalas. “As geleiras nos Alpes, por exemplo, registraram uma perda recorde de massa glacial em 2022, com uma redução de espessura de 3 a 4 metros, algo muito maior do que durante o recorde anterior de 2003”, acrescentou. Nos próximos dias, líderes mundiais participarão da COP27, prevista para acontecer até o dia 18 de novembro. A partir do dia 14, o presidente eleito Lula estará presente no evento.
Convidado pelo presidente do Egito, Abdel Fattah Saeed, o petista fará parte da comitiva do governo do Estado do Pará, que integra o Consórcio de governadores do Norte. Este, inclusive, será o primeiro compromisso do novo chefe do Executivo como presidente eleito para o mandato de 2023.