O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) apelou hoje (20) à comunidade internacional para seguir o exemplo da Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba) na luta contra o ebola, destacando o trabalho desenvolvido por Cuba e pela Venezuela nesta matéria.
“Exortamos todos os países a seguir a liderança da Alba, particularmente de Cuba e da Venezuela, que deram um exemplo louvável com sua rápida resposta de apoio aos esforços para impedir o avanço do ebola”, escreveu Ban Ki-moon em mensagem divulgada nesta segunda-feira durante reunião convocada para para discutir a doença, que já matou milhares de pessoas na África Ocidental.
O coordenador da ONU para a Luta contra o Ebola, David Navarro, que está em Havana como enviado especial de Ban Ki-moon, leu a mensagem no início da cúpula extraordinária, que reúne na capital cubana representantes e mandatários dos países que integram a Alba.
Os representantes de Antígua e Barbados, Bolívia, Cuba, República Dominicana, Equador, Nicarágua, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Venezuela e Haiti, na qualidade de convidado permanente, pretendem discutir a coordenação da prevenção e da luta contra o ebola. Também estão em Havana representantes de Granada e de São Cristóvão e Neves, cuja integração à Alba já foi aprovada.
Na mensagem, o secretário-geral da ONU ressaltou que o ebola é “um grande problema global, que exige resposta global maciça e imediata”. Ban Ki-moon elogiou, em particular, “a resposta extraordinária” das autoridades cubanas, que enviaram no início deste mês um grupo de 165 médicos e enfermeiros para combater o surto do vírus ebola em Serra Leoa, um dos países mais afetados.
O presidente de Cuba, Raúl Castro, informou, durante a cúpula, que 91 profissionais da saúde seguem amanhã (21) para a Libéria e a Guiné-Conacri, países que também estão enfrentando a epidemia. Ban Ki-moon destacou ainda na mensagem que o número de profissionais de saúde cubanos mandados por Cuba à região africana atingida pela epidemia é maior que o enviado pela organização Médicos sem Fronteiras ou pela Federação Internacional da Cruz Vermelha, pelos Estados Unidos, pelo Reino Unido e pela China.
Em mensagem de vídeo, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, disse que a Alba está fazendo “a coisa certa”. Segundo ela, qualquer país com um aeroporto internacional está em risco ante a crise “implacável” e “grave”. Margaret Chan alertou que os meios de proteção contra o vírus são importantes, mas não são “infalíveis” e que é importante prevenir erros.
De acordo com a OMS, o ebola já matou, desde o início do ano, 4.500 pessoas e infectou mais de 9.200.