A Espanha registrou ao menos 360 mortes nos seis primeiros dias de uma onda de calor que atinge partes da Europa. As informações são do Instituto de Saúde Carlos III, vinculado ao Ministério da Saúde espanhol, e abrangem o período de 10 a 15 de julho. Temperaturas recordes de até 46 °C têm assolado o país.
Somente nesta sexta-feira, foram 123 óbitos. No primeiro dia da segunda onda de calor do ano, no domingo passado, foram 15 mortes atribuíveis às altas temperaturas. Desde então, houve uma escalada contínua, com o pico nesta sexta.
O Instituto de Saúde Carlos III também informou que, durante todo o mês de junho – o qual também registrou uma intensa e precoce onda de calor -, a Espanha teve 829 mortes devido ao calor excessivo.
Desidratação, descompensação ou doenças crônicas são alguns dos fatores que podem agravar subitamente o estado de saúde das pessoas até levar ao óbito. Por isso, as autoridades de saúde apelam para que as pessoas bebam bastante água e permaneçam o maior tempo possível em locais frescos e sombreados.
O temor é que a situação se agrave e mais óbitos ocorram, já que a onda de calor não deve dar trégua pelo menos até segunda-feira, conforme informou a Agência Estatal de Meteorologia da Espanha (AEMET).
O país também enfrenta grandes incêndios florestais. Mais de 3 mil pessoas foram retiradas preventivamente de dois municípios devido ao fogo que se espalha na região da Serra de Mijas, em Málaga, no sul de Espanha.
Reunião de emergência no Reino Unido
Não é só a Espanha que sofre com a onda de calor. No Reino Unido, o calor extremo fez o governo convocar uma reunião de emergência neste sábado para debater a situação, tendo em vista o possível aumento ainda maior das temperaturas no começo da próxima semana.
Um alerta vermelho de calor extremo foi emitido e abrange grande parte da Inglaterra na segunda-feira e terça-feira, quando as temperaturas poderão chegar a 40º C pela primeira vez no país – o recorde de temperatura britânico é de 38,7 °C e foi atingido em 2019.
As pessoas estão sendo orientadas a não usar os transportes públicos na região metropolitana de Londres na segunda-feira e terça-feira, a menos que seja absolutamente necessário.
Crianças e idosos são considerados particularmente vulneráveis às altas temperaturas, razão pela qual escolas e casas de repouso foram aconselhadas a tomarem medidas extras para proteger os estudantes e residentes.
Incêndios na França
Na França, pelo menos 12 mil pessoas foram retiradas de casa e cerca de 9 mil hectares de floresta foram queimados em dois incêndios que começaram na terça-feira no departamento de Gironde, no sudoeste do país. Em outro incêndio, em La Teste de Buch, 3.150 hectares de floresta foram consumidos desde a terça-feira. Várias casas e edifícios foram consumidos pelas chamas.
Cerca de mil bombeiros tentam extinguir os dois incêndios, com o auxílio na sexta-feira de três hidroaviões do tipo Canadair e um avião bombardeiro de água do tipo Dash.
O sul de França vive uma onda de calor desde a semana passada, que deverá estender-se para o norte do país nos próximos dias. Neste sábado, o serviço meteorológico francês colocou 16 dos cem departamentos, todos no sul do país, em alerta laranja devido às altas temperaturas. Em muitos locais, o acesso às florestas foi proibido para tentar evitar incêndios.
Espera-se que os 35 °C sejam ultrapassados em grande parte do interior do sul de França já no domingo, com picos que podem chegar aos 40 °C.
Em Portugal, um piloto de avião de combate a incêndios morreu na sexta-feira perto da cidade de Vila Nova de Foz Coa, após um acidente com a aeronave.
O país também enfrenta uma intensa onda de calor há uma semana, com temperaturas próximas dos 47 °C na zona do acidente, e os serviços de emergência registraram uma dezena de incêndios ativos na sexta-feira.