Mulheres grávidas devem evitar viagens para locais onde circula o vírus Zika, recomendou hoje (1º) a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan. A entidade declarou nesta tarde, em Genebra, situação de emergência em saúde pública de interesse internacional devido à possível relação entre o Zika e o nascimento de crianças com microcefalia.
O comitê emergencial técnico da OMS, criado para estudar a situação, não vê motivos para restringir viagens ou comércio com os países afetados. A recomendação da diretora-geral se aplica exclusivamente a mulheres grávidas. No mês passado, o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos fez a mesma recomendação às gestantes. Segundo a OMS, 23 países registram a circulação do vírus Zika.
Para Margaret Chan, a ação mais importante no momento é controlar a população do mosquito Aedes aegypti, vetor da zika, da dengue e da febre chikungunya. A diretora também recomenda que as gestantes que estão nas áreas afetadas pelo mosquito se protejam com “repelentes seguros” e com “roupas longas”, para evitar a picada do mosquito.
O presidente do comitê da OMS, David L. Heymann, disse que o vírus Zika, por si só, não é considerado uma emergência internacional. “Como sabemos, não é uma condição clinicamente séria”, disse. A possível relação do vírus com o nascimento de crianças com síndromes neurológicas é que constitui a emergência.
O pesquisador afirma que são necessários mais estudos para a confirmação científica da relação entre o vírus e a microcefalia. “Não sabemos quanto tempo vai levar até comprovarmos essa relação”, disse.
Segundo a diretora-geral da OMS, a relação entre a infecção por Zika na gravidez e a microcefalia não é cientificamente comprovada, mas é “altamente provável”.