A cozinheira Susan de Sousa Sena, de 35 anos, denunciou ter sido vítima de injúria racial após receber um e-mail ofensivo da loja Magazine Luiza. O incidente ocorreu no último sábado (4), após a cliente atualizar seu cadastro na plataforma. A mensagem começava com a saudação “Olá, macaca”, o que causou indignação.
Susan, que mora em São Paulo, relatou à TV Globo que estava adquirindo uma máquina de lavar pelo aplicativo da loja. Durante o processo, foi solicitada a atualização de dados, como e-mail e senha.
“Fiz o procedimento das etapas do aplicativo para recuperar a conta. Logo, eles me pediram foto do documento, depois um reconhecimento facial. Fui recebendo os e-mails, mas não entrei porque sabia que era só confirmação. Finalizei minha compra, tive o prazo de entrega e fechei o app”, explicou.
No dia seguinte, ao conferir o status de entrega, Susan notou um e-mail que chamou sua atenção. Embora a maioria das mensagens automáticas utilizasse seu nome corretamente, o e-mail de confirmação apresentou a saudação ofensiva.
Resposta da Magazine Luiza
A empresa divulgou nota lamentando o ocorrido e reforçando seu compromisso no combate ao preconceito e discriminação, afirmando que “lamenta profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente e reforça seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação”.
“A empresa esclarece que o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente – essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores”, completou.
Ainda segundo a Magazine Luiza, o cadastro original de Susan foi realizado em 2011. A empresa identificou que, na época, alguém inseriu o sobrenome ofensivo no campo “apelido”.
Para evitar recorrências, a companhia anunciou mudanças em seus formulários cadastrais, como a exclusão do campo “apelido” e a implementação de uma lista de palavras proibidas. O caso foi registrado como injúria racial no 50° Distrito Policial do Itaim Paulista e está sob investigação.
Susan desabafou sobre os impactos emocionais do ocorrido: “Meu sentimento é de revolta, angústia, ansiedade e tristeza. A gente mal começou o ano… Eu sou uma mulher de 35 anos. O racismo sempre foi muito presente na minha vida e hoje, com tanto avanço, tanta tecnologia, tanto aprendizado referente ao racismo, a gente vê que não mudou muita coisa”.
A Magazine Luiza destacou ser referência em políticas de diversidade e inclusão, afirmando que metade de seu quadro de colaboradores é composto por profissionais negros. A empresa também alegou que promove ações de conscientização para prevenir episódios de discriminação.