domingo, 22 de setembro de 2024
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Ocupação de UTI na região sobe para 75,1%, índice de fase laranja

Afogando em números Poucas horas após o governador João Doria (PSDB) anunciar nesta sexta-feira (4) que a DRS de Rio Preto estava na fase amarela do Plano SP, graças à…

Afogando em números
Poucas horas após o governador João Doria (PSDB) anunciar nesta sexta-feira (4) que a DRS de Rio Preto estava na fase amarela do Plano SP, graças à taxa de ocupação de leitos de 73,2% registrada na quinta (3), a atualização do sistema da Secretaria de Saúde do Estado mostrou que o índice da região voltou a subir, batendo em 75,1%. Patamar que a devolveria para a fase laranja se ocorresse uma nova classificação no momento.

Encrenca da vez
Ou seja, se o processo para arrastar a região para o amarelo foi um desafio hercúleo, que exigiu a criação sistemática de leitos, permanecer na faixa de maior liberdade das atividades econômicas se tornou a encrenca da vez. Isso porque não foi a queda no volume de pacientes que exigem cuidados intensivos que diminuiu, mas a oferta de vagas tiradas da cartola às vésperas da reclassificação.

Risco Ribeirão
Ribeirão Preto, que regrediu para o laranja menos de um mês depois de sair do vermelho e festejar a entrada na fase amarela, está aí como uma assombração do que ainda pode vir. Vale dizer que nesta mesma sexta-feira (4), o anúncio de 11 mortes pela Covid nas últimas 24 horas somente em Rio Preto também serviu para desbotar o entusiamo com a “conquista dourada”.

’Nada mudou’
Fiscalização e conscientização são apontados por profissionais da linha de frente do combate ao novo coronavírus como duas armas fundamentais para tentar evitar o efeito avança-recua. “Para nós, aqui, nada mudou. Essa euforia (da população) diante do amarelo é um perigo. Se não houver uma conscientização e uma volta muito bem trabalhada, em 15 dias o desastre aparece e voltamos à estaca zero. As pessoas estão achando que ir para o amarelo significa que a pandemia acabou”, afirma a médica Amália Tieco, diretora-executiva do Hospital de Base de Rio Preto.

Isolamento
O médico virologista Maurício Nogueira, pesquisador da Famerp, integrante do grupo que estuda a vacina Coronavac e membro do comitê de gestão da crise sanitária da Secretaria de Saúde de Rio Preto, também insiste na prevenção. Segundo ele, o efeito Ribeirão Preto pode, “sem dúvida” ocorrer, por isso “é necessário manter as medidas de isolamentos como cidadãos conscientes que somos”.

Quem vai vigiar?
Um terceiro profissional ouvido pela coluna, que prefere não se identificar, vê falhas na fiscalização. “O que aconteceu na porta do Poupatempo, quando o local abriu, com fila imensa, é um exemplo. Não tinha um guarda municipal lá para organizar. Quem vai fiscalizar tantos bares, salões de beleza e academias? Todos os leitos abertos até o momento enchem rapidinho. O risco de um recuo daqui uma semana é enorme diante desse quadro”, afirmou.

Planos A e B
Na lógica da Secretaria de Saúde de Rio Preto, embora o número de pacientes em UTIs da região ainda seja alto, a redução no registro de novos casos deverá começar a refletir nesta equação nas próximas duas semanas. O que, em tese, livrará a região de uma alta repentina. De todo jeito, o município já tem engatilhados mais seis leitos SUS que deverão ser ativados na Santa Casa na próxima semana, estratégicos para ajudar a segurar a taxa de ocupação regional.

Não vê problema
A Acirp (Associação Comercial e Industrial de Rio Preto) vê no avanço da região à fase amarela motivo de comemoração. E se diz parte do que classifica como uma conquista importante para o setor produtivo. Em entrevista ao DLNews, o presidente da entidade, Kelvin Kaiser, diz não acreditar num risco semelhante ao que ocorreu em Ribeirão Preto.

“Foi gradual”
“Na verdade, nós já havíamos previsto que isso poderia acontecer lá porque, como o município saltou da vermelha para a amarela, muitos empresários estavam até então sem poder abrir seus estabelecimentos e, desta forma, não havia muita circulação de pessoas na cidade – fazendo com que a curva de contaminação baixasse. Quando Ribeirão avançou direto para a fase amarela, sem fracionar a abertura (como aconteceria se fosse para a fase laranja), os números da doença acabaram subindo de uma forma muito rápida, o que fez com que a cidade tivesse que regredir de fase. Em Rio Preto, a abertura foi gradual”, avalia ele.

“Será tranquila”
Ainda segundo Kaiser, a Acirp promoveu, junto à Vigilância Sanitária e Secretaria da Saúde, há mais de 25 dias, reuniões com os representantes de todos os setores que estavam fechados, como academias, bares, restaurantes, lanchonetes e padarias; salões de cabeleireiro e barbearias, definindo regras de como seria o funcionamento com a reabertura. “Tudo foi discutido e adaptado de acordo com as necessidades dos setores e também com algumas imposições da Prefeitura importantes para manter a prevenção. Portanto, acreditamos que a abertura será bem tranquila.”

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