A OceanGate continua a anunciar planos de viagens até os destroços do Titanic, mesmo depois da provável implosão do submarino Titan. A embarcação sumiu em 19 de junho, numa região traiçoeira do Oceano Atlântico.
O site oficial da empresa lista duas expedições ao Titanic em 2024 — de 12 a 20 de junho e de 21 a 29 de junho. O custo? US$ 250 mil por pessoa, o equivalente a R$ 1,2 milhão.
Qual é o serviço oferecido pela OceanGate, responsável pelo submarino que sumiu no Atlântico?
Esse pacote inclui o próprio mergulho, acomodações particulares, o treinamento necessário para a expedição e todas as refeições a bordo.
No site oficial da empresa, há a seguinte mensagem: “Chegue à cidade litorânea de St. John’s para encontrar sua equipe de expedição e embarcar no navio que o levará aos destroços do RMS Titanic”.
A OceanGate informa os potenciais clientes de que irão se familiarizar “com a vida em uma embarcação, quando começar a jornada de 400 milhas náuticas até o local do naufrágio”.
A empresa atribui a Paul-Henri Nargeolet, de 77 anos, a alcunha de “especialista em conteúdo”. Ele, que morreu na viagem, ajudaria os tripulantes com orientações sobre a expedição.
“Nargeolet é um renomado especialista em Titanic, tendo liderado seis expedições ao local do naufrágio do Titanic e palestrado em inúmeras exposições do Titanic ao redor do mundo”, informou a OceanGate.
Quem eram os tripulantes que morreram no submarino?
Hamish Harding
Hamish Harding era britânico, bilionário e explorador do mundo. Ele morava em Dubai, nos Emirados Árabes, e fundou o Action Group, grupo de investimentos com sede em Dubai e no Reino Unido.
Nascido em 24 de junho de 1964, Harding, que também era aviador, deixou dois filhos — um deles é Giles, adolescente que segue os passos do pai e tem um perfil com mais de 13 mil seguidores no Instagram.
Harding também era o presidente da Action Aviation, uma corretora de aviação executiva que realiza vendas e aquisições de aeronaves desde 2004. Em 2019, ele saiu nos noticiários por integrar uma tripulação do voo que quebrou o recorde mundial de circunavegação mais rápida do globo pelos dois pólos.
O bilionário que estava a bordo do submarino Titan também foi passageiro do Blue Origin, voo espacial de Jeff Bezos, o fundador da Amazon, em junho de 2022.
Shahzada e Sulaiman Dawood
Uma dupla de pai e filho também estava a bordo do submarino que implodiu enquanto tentava alcançar os destroços do Titanic: Shahzada e Sulaiman Dawood. Shahzada era um magnata paquistanês de 48 anos que vivia no Reino Unido, onde estudou Direito na Universidade de Buckingham.
Seu filho, Sulaiman, tinha apenas 19 anos. Shahzada era um dos homens mais ricos do Paquistão e tinha laços com o rei Charles III, do Reino Unido.
A família Dawood está entre as mais ricas do Paquistão, dona dos rendimentos bilionários provenientes da Dawood Hercules Corporation Limited, um conglomerado de investimentos públicos com foco na agricultura, em indústrias e no setor de saúde no Paquistão. O magnata era vice-presidente de uma de suas empresas subsidiárias, a Engro Corporation.
Os Dawood também têm laços estreitos com os políticos do Reino Unido: o paquistanês era membro do Conselho Consultivo Global da Prince Charles’ Charity, Prince’s Trust International e do Conselho de Curadores do Seti Institute, com sede na Califórnia, empreendimento que busca evidências de inteligência extraterrestre.
Paul-Henri Nargeolet
Ex-comandante da Marinha da França, Paul-Henri Nargeolet tinha 76 anos e era considerado o maior estudioso sobre o naufrágio do Titanic, que ocorreu no Oceano Atlântico, em 15 de abril de 1912.
Nargeolet era o capitão do submarino que buscava os destroços do Titanic antes de implodir, segundo o jornal britânico The Guardian. Em 2019, ele falou em entrevista ao jornal irlandês Irish Examiner sobre os perigos de trabalhos nas profundezas dos oceanos. “Quando você está em águas muito profundas, está morto antes de perceber que algo está acontecendo.”
Stockton Rush
Stockton Rush tinha 61 anos e era um empresário norte-americano. Ele fundou a companhia OceanGate, em 2019 e também estava a bordo do submarino Titan, que implodiu ao tentar chegar ao Titanic. Ele supervisionava as ações financeiras e as estratégias de engenharia da empresa.
Rush também estudou ciências naturais e engenharia química na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Ele recebeu treinamento como piloto aéreo, conforme informações da Sky News, e, aos 19 anos, se tornou o mais jovem piloto de jatos do mundo.
Em 2021, o empresário disse que quebrou “algumas regras” para construir o submarino Titan. A viúva de Rush, Wendy, é descendente de um casal que morreu no Titanic: Isidor e Ida Straus. Rush disse que “gostaria de ser lembrado como um inovador” em uma entrevista feita quase dois anos antes de morrer.