Estudo divulgado nesta terça-feira (13/07) pela revista de medicina britânica The Lancet indica que o risco de morrer antes dos 70 anos cresce de “forma constante e acentuada” com o aumento da cintura.
A pesquisa revela que pessoas com excesso de peso perdem, em média, um ano de expectativa de vida. Os índices de mortalidade são bem maiores entre os que possuem problemas mais graves de obesidade.
“Em média, as pessoas moderadamente obesas perdem três anos de expectativa de vida”, explica o Dr. Emanuele Di Angelantonio, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. “As pessoas gravemente obesas perdem em torno de 10 anos”, afirmou.
O estudo se baseia em dados de quase quatro milhões de adultos em quatro continentes, selecionados por uma numerosa equipe de pesquisadores internacionais.
As informações disponibilizadas pela maior base de dados já reunidos sobre obesidade e mortalidade foram retiradas de 239 estudos de grande porte conduzidos entre 1970 e 2015, em 32 países na América do Norte, Europa, Australásia e Leste Asiático. Os pesquisadores excluíram fumantes e ex-fumantes, além de indivíduos portadores de doenças crônicas à época em que os estudos foram iniciados.
Um dos autores da pesquisa, o cientista Richard Peto, da Universidade de Oxford, afirmou que ser obeso é mais perigoso para os homens do que para as mulheres. Homens tem níveis mais elevados de gordura e maiores riscos de diabetes do que mulheres com índices de massa corporal semelhantes.
“O risco excessivo de morte prematura é cerca de três vezes maior para um homem que ganha peso do que para uma mulher”, afirmou Peto.
Diversos estudos recentes haviam sugerido que a obesidade poderia não ser tão prejudicial à expectativa de vida como se pensava por causa da proteção contra determinadas doenças que as pessoas mais obesas possuem.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1,9 bilhão de adultos em todo o mundo esteja acima do peso, enquanto 600 milhões são obesos.
No início do ano, a OMS alertou que osníveis de obesidade infantil estão aumentando em níveis alarmantes, especialmente nos países em desenvolvimento.