Aquele que ficou marcado como o maior escândalo de corrupção na política brasileira finalmente tem data marcada para ir a julgamento.
O mensalão foi revelado pela imprensa há sete anos e motivou investigações da Polícia Federal, Ministério Público e Congresso. Tudo começou com a divulgação de um vídeo, pela revista Veja, no dia 14 de maio de 2005 mostrando um funcionário público recebendo propina e contando sobre um esquema montado dentro dos Correios para desvio de dinheiro dos contratos com empresas privadas. Foi o estopim para que viessem à tona os marcos valérios, delúbios, dirceus e tantos outros que mostraram uma faceta triste do submundo político.
Se tudo correr como o planejado, nesta quinta feira, dia 2 de agosto, o ministro Joaquim Barbosa apresenta o caso ao STF e diz quem são os 38 réus e os crimes atribuídos a cada um deles. Pelo cronograma divulgado, a partir do dia seguinte as defesas dos réus serão sustentadas pelos advogados, levando a crer que por volta do dia 14 de agosto esteja encerrada essa fase processual e seja iniciada a votação, começando novamente pelo ministro Joaquim Barbosa, passando pelo revisor e seguindo por todos os demais ministros, do mais jovem ao mais velho.
A sentença, tão esperada pela população, infelizmente não tem data marcada para ser proferida pelo presidente do STF e depende do final da votação, já que os ministros ainda podem pedir vistas antes de proferir seus votos.
Óbvio que certamente algumas absolvições ou condenações em penas mínimas deixarão dúvidas na população ou mesmo vai parecer que houve pressão, mas o episódio vai deixar uma certeza: o país precisa extinguir o foro privilegiado, sob pena de que processos por crimes praticados por políticos sejam “empurrados” até não se sabe onde para que, no final, prescrevam ou “acabem em pizza”.
Segundo o ex-presidente do Supremo Carlos Velloso, “casos como o mensalão deveriam ser julgados pelo juiz de primeiro grau, que é o juiz de todos. Foros privilegiados não são republicanos, são o tributo que pagamos por ter sido império. Os Estados Unidos, que sempre foram república, não conhecem o foro privilegiado”.
Penso que a definição é perfeita e talvez seja por isso que estejamos cansados de ver político americano ir parar na cadeia e político brasileiro sair de cena (isso, quando sai) milionário e sem condenação.
Até quando?