sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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O horário eleitoral

Há alguns dias, começou o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e com isso, os candidatos passaram a acreditar que, agora, podem consolidar ou mudar o atual quadro…

Há alguns dias, começou o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e com isso, os candidatos passaram a acreditar que, agora, podem consolidar ou mudar o atual quadro político do país.

Infelizmente, penso que o marasmo eleitoral não sofrerá nenhuma mudança. Os debates pela televisão estão sendo até sonolentos e nada de novo trouxeram para que os eleitores pudessem definir ou mudar seu voto. Ainda que se tenha elogiado a educação com que os candidatos se trataram, os primeiros debates deixaram claro que, a continuar como está, a definição do futuro presidente está bem encaminhada e teremos uma mulher ocupando o Palácio do Planalto pelos próximos quatro anos.

Como nenhum dos candidatos foi contundente e nenhum foi um verdadeiro desastre, tudo continuou como dantes. Isso porque eles estão presos ao pragmatismo. Os marqueteiros engessaram a espontaneidade e os candidatos deixaram de emitir opiniões próprias, apresentando tão somente idéias pasteurizadas.

Se fosse uma partida de futebol, diríamos que eles jogam pelo empate, já que não fazem ataques e quando o fazem, não são contundentes, como o foram em outras épocas o Brizola, o Mário Covas e o Collor. Além disso, não sabem aproveitar os erros dos adversários, por menores que sejam.

Não temos mais oradores brilhantes capazes de levantar multidões. Além disso, se olharmos atentamente os programas de governo dos diferentes candidatos, veremos que são todos iguais na essência e assim, se tudo é igual, o povo vai deixando como está, mudando para ficar do mesmo jeito, como diria o caipira.

Onde estão as propostas originais de outrora? A única novidade, se é que podemos assim dizer, tem sido a Marina, que, ao que parece, conseguiu se projetar como uma alternativa à dicotomia tucano petista. Penso que é muito pouco para os anseios da população brasileira. Fazendo um paralelo, seria bom que os candidatos deixassem de ser treinados pelo Dunga e o Guardiola assumisse as campanhas.

Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)

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