sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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O cadáver insepulto

No último final de semana, um periódico fernandopolense publicou nota destacando que o PMDB quer recuperar sua história de protagonismo na política de Fernandópolis. Discorrendo sobre o nada, finalizou com…

No último final de semana, um periódico fernandopolense publicou nota destacando que o PMDB quer recuperar sua história de protagonismo na política de Fernandópolis.

Discorrendo sobre o nada, finalizou com a informação de que os deputados estadual e federal eleitos pela região estão interessados em recolocar o partido no cenário político local, renovando e injetando sangue novo no bom e velho “manda brasa”. Ante um misto de surpresa e perplexidade, não pude deixar de analisar o assunto.

Ora, todo mundo sabe que, já tem algum tempo, a vontade dos militantes e filiados locais nenhum valor tem para os membros da executiva estadual, os quais, imbuídos de interesses que nem merecem ser relatados, insistem em interferir na cena política fernandopolense.

Aliás, causa estranheza ouvir dizer que o partido quer voltar ao papel de protagonista, porque nas últimas eleições a direção estadual tudo fez para lançar candidatura própria, sem se importar se essa era ou não a vontade dos filiados locais.

Ainda que de maneira vexatória, seja pela candidatura aventureira do Barão de Munchausen, seja pelo fiasco da sua votação, o partido acabou protagonizando aquele cenário.

Nem mesmo a candidata mais votada das eleições se salvou. Obrigada a embarcar numa nau sem rumo, uma ex-vereadora naufragou na tempestade que se abateu sobre a legenda.

A muito custo e a contragosto do seu “líder regional”, que fazia jogo de cena ao incentivar uma candidatura própria que nunca quis, o PMDB tinha nomes para postular uma candidatura séria. Aliás, foi cortejado até o último momento, sendo obrigado a recusar convite para o cargo de vice por interferência direta da executiva estadual, que rejeitava terminantemente que o partido participasse da coligação que elegeu a atual prefeita, sem pensar se isso era importante ou não para o partido. Para os mandatários estaduais, o que importava não era o interesse da cidade, valiam muito mais os interesses banais e ou venais.

Além disso, com o passar do tempo, todo mundo ficou careca de saber que o manda chuva regional não representa nenhuma novidade no cenário político. Muito pelo contrário, representa o que há de mais retrógrado na forma de fazer política, pese todo o respeito que nos merece e o cargo que ocupa.

Se a novidade seria o nome ou a idade dos atuais dirigentes, infelizmente a pretendida renovação não vai acontecer, pelo simples fato de que, na verdade, o que está envelhecido é a maneira do partido fazer e enxergar política.

Infelizmente, os nomes novos também serão queimados na fogueira de vaidades que se transformou o PMDB nacional e estadual, de forma que o cenário que se vislumbra, infelizmente, é de trevas.
Por mais essa e por tantas outras é que o sucessor do nosso querido “manda brasa” se encontra na atual situação, relegado a papéis secundários e subjugado por interesses pessoais.

É lamentável que, de quando em quando, esse cadáver insepulto aflore de maneira triste, manipulado por quem joga na lata do lixo sua história de lutas e seu passado de glórias!

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