sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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O cadáver insepulto

A última pesquisa medindo a popularidade do governo Dilma escancarou uma realidade que não há mais como negar. Segundo o Datafolha, com 71% de reprovação e apenas 8% de aprovação,…

A última pesquisa medindo a popularidade do governo Dilma escancarou uma realidade que não há mais como negar. Segundo o Datafolha, com 71% de reprovação e apenas 8% de aprovação, a repulsa popular a Dilma superou as piores marcas de Fernando Collor, quando já estava na iminência de ser impichado.

Os índices demonstram que a popularidade da presidenta não para de cair, o que não é uma notícia nada animadora para os (poucos) defensores do governo, principalmente se levarmos em consideração a proximidade da grande manifestação agendada para o dia 16 de agosto, que poderá, dependendo do andar da carruagem, mudar os rumos da atuação de um Congresso até então reticente com a possibilidade de impeachment, nisso ajudado pela imensa dificuldade que o PSDB tem de ser oposição.

Com o espectro de um impeachment rondando os céus de Brasília, as dificuldades de governabilidade vão ficando cada vez mais transparentes. Nem mesmo a base de partidos aliados está se sustentando. Um após o outro, vão anunciando seu afastamento das hostes governistas. Ninguém quer afundar com o governo, essa parece ser a regra dos partidos aliados, com a perspectiva de que a cabeça da presidenta seja oferecida como a salvação de todos os males que afligem o governo.

Enfim, esse governo se perdeu tanto na seara política, quanto na esfera econômica. Nesse campo, aliás, ao que parece, ainda não se deram conta de que o principal prejudicado com os sucessivos aumentos de impostos, dos arrochos anunciados e a ameaça real de apagão e de falta de água é justamente a parcela da população que eleição após eleição vinha fazendo a alegria do PT. Talvez isso explique os baixos índices de popularidade, mas ainda assim não conseguem (ou não querem) enxergar essa realidade.

A única conclusão a que se pode chegar é de que o governo Dilma (ou a própria) se transformou um verdadeiro cadáver insepulto. Quem será a Antígona que o honrará?

Para encerrar, uma última pergunta não quer calar: até quando Eduardo Cunha irá manter sua “postura de estadista” e continuar arquivando, a torto e a direito, pedidos de um impeachment que já vem sendo discutido e aceito pela população como algo natural para o momento?

Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)

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