Em meio à crise econômica e aos efeitos da pandemia do novo coronavírus, o número de estudantes que financiou os estudos por meio do Fies e está inadimplente com os pagamentos saltou mais de 20% somente no primeiro semestre de 2020. Dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE, apontam que, em junho deste ano, a quantidade de contratos com atrasos superiores a 90 dias chegava perto de um milhão – eram 979 mil. No final do ano passado, eram menos de 800 mil (799.597).
Os dados, obtidos pela agência “Fiquem Sabendo”, especializada na Lei de Acesso à Informação, mostram ainda que, hoje, mais da metade (54%) dos contratos em fase de amortização – quitação do financiamento que só começa depois dos períodos de utilização e carência – está com parcelas atrasadas há pelo menos três meses. As dívidas dos inadimplentes somam quase R$ 30 bilhões.
As informações do FNDE indicam que a quantidade de estudantes inadimplentes vem crescendo com maior rapidez a cada ano. O número de pessoas com parcelas atrasadas aumentou mais de 1000% entre 2014, quando eram 92 mil, e 2020, apesar das tentativas de ajustes no programa pelo governo.
