A nova metodologia a ser adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) para o cálculo do PIB (Produto Interno Bruto, a economia nacional) dará mais transparência e credibilidade aos números.
A opinião é do diretor da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Renato Bauman. A nova metodologia inclui índices de consumo da população e outras informações que hoje não são consideradas.
“Os países seguem parâmetros internacionais acordados no âmbito da ONU, tanto para o cálculo do PIB quanto para as contas externas (balança de pagamentos). Há normas especificas que regulamentam isso e o que os países podem fazer é adequar essa norma conforme suas realidades”.
Em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional, Bauman explicou que o IBGE está ampliando a cobertura sistemática, para que o valor apurado no PIB represente um reflexo mais fiel da realidade.
Sobre as críticas ao crescimento econômico do país, o diretor afirmou que a insatisfação de analistas e políticos com os índices se deve ao fato de compararem o Brasil com os outros países emergentes da Ásia e da própria América Latina.
Ele advertiu, no entanto, que essas comparações devem ser feitas com cautela, pois as economias são diferentes e representam realidades diversas. Segundo ele, um crescimento de 3% resultará em impactos diferentes dependendo da economia do país.
Para Bauman, o crescimento de 2,9% do PIB em 2006 foi baixo, quando comparado com a média da América do Sul, que ficou na casa de 5,3%, e com as necessidades da população brasileira.
“Acho que há no país uma convergência de opiniões de que é preciso um dinamismo maior, até porque o mercado internacional está oferecendo condições para isso e aparentemente não estão sendo exploradas”.