O novo Enem, criado para substituir o vestibular nas universidades federais, terá pelo menos duas edições por ano, disse ontem o ministro Fernando Haddad (Educação).A ideia é se adaptar ao calendário das universidades –algumas fazem mais de um vestibular por ano.
A prova deste ano ocorrerá em outubro; a primeira de 2010, em março ou abril.
Há a possibilidade de o MEC promover mais de duas edições por ano, mas isso depende de orçamento, afirmou o ministro.Até agora, 21 das 55 universidades federais anunciaram que vão aderir ao exame como única forma de seleção; sete não vão usar a prova neste ano.
Na nova modalidade, o número de questões passa de 63 para 200, mais a redação. Serão dois dias de prova. As notas do Enem não terão validade limitada, já que o nível de dificuldade será sempre o mesmo. Um aluno pode, por exemplo, usar a nota de 2009 em uma seleção de 2011.
A nova prova
Vai exigir dos estudantes conhecimento, raciocínio e, principalmente, capacidade de relacionar temas para chegar à resposta correta. Uma mesma pergunta pode incluir, assuntos de história e geografia, de biologia e química ou de literatura e compreensão de linguagem.
O novo Enem exige mais conhecimento de conteúdo. O exame concentrava as questões em interpretação de textos e linguagens e lógica, sem contar com perguntas de ciências, história e geografia. Já os vestibulares cobrem todas as áreas, mas tendem a se concentrar em perguntas com respostas muito específicas.
Razões da mudança
O antigo Enem foi criado para o aluno se autoavaliar. Depois, passou a fazer parte do vestibular de faculdades e foi utilizado para comparar os desempenhos das escolas. A idéia é que o novo Enem mantenha a maneira como as perguntas hoje são formuladas, privilegiando a capacidade de raciocínio em detrimento da memorização. A prova deverá ainda exigir um pouco mais de conteúdo informativo, mas sem o famigerado “decoreba”.
Ano que vem
Em 2010, o Enem vai adotar uma lingua estrangeira em sua avaliação.” Ainda não definimos quantas línguas estrangeiras serão cobradas”, confessou o ministro da Educação. Questões de conhecimento geral também podem estar no novo Enem de 2010.