O próximo domingo, dia 31 de janeiro, será marcado por momentos de alegria e fé para a Diocese de Jales, ocasião em que será empossado seu quarto Bispo Diocesano, Dom José Reginaldo Andrietta.
A missa de ordenação do novo bispo acontecerá na Catedral Nossa Senhora da Assunção, com início previsto para as 9h. Na ocasião, além de líderes da Igreja, padres de toda diocese e autoridades, são esperados muitos fieis para o momento especial que oficializará Dom José Reginaldo com líder maior da Igreja Católica na Diocese, um cargo ocupado há mais de 32 anos por Dom Luiz Demétrio Valentini.
O ESCOLHIDO
José Reginaldo Andrietta foi nomeado Bispo de Jales em outubro de 2015 pelo Papa Francisco, que na ocasião também nomeou dois bispos para outras Dioceses do Brasil. Na época, José Reginaldo ainda era padre, presbítero da Paróquia de Limeira.
Sua ordenação episcopal aconteceu no dia 27 de dezembro do ano passado, na Basílica Santo Antônio de Pádua, em Americana.O novo Bispo de Jales nasceu em Pirassununga, Diocese de Limeira, no dia 07 de março 1957, foi ordenado padre em 1983, sendo, imediatamente, nomeado pela CNBB, como assessor nacional da Juventude Operária Católica (JOC), organização de jovens trabalhadores e trabalhadoras, com a qual já trabalhava em Americana e outras cidades.
A partir de 1986, trabalhou como Vigário Paroquial em duas paróquias de Limeira (São Cristóvão e Santa Terezinha). Trabalhou também com a JOC na Argentina. Foi assessor continental dessa mesma organização, residindo no Equador. Trabalhou novamente em Americana, nas Paróquias Nossa Senhora do Carmo e São Benedito, e no Seminário Propedêudico da Diocese. Em seguida, trabalhou com a JOC nos Estados Unidos.
De 2000 a 2006, foi assessor mundial da JOC Internacional, residindo na Bélgica, trabalhando sobretudo na África. Na Bélgica, onde ficou nove anos, trabalhou também em uma Unidade Pastoral de cinco paróquias, particularmente com uma Comunidade Multicultural. Estudou sete anos no Instituto Internacional de Catequese Lumen Vitae edois anos na Universidade de Lovaina, onde obteve o título de Mestre em Teologia Pastoral. Regressou ao Brasil em 2009, assumindo imediatamente, por solicitação de Dom Vilson, a Paróquia São Judas Tadeu, onde se encontra até hoje.
Autor do livro “Os Jovens Trabalhadores Conquistando Trabalho e Justiça”, publicado no ano de 1985, o novo Bispo de Jales fala os Idiomas: Português (nativo); Espanhol (fluente); Francês (fluente); Inglês (fluente); Italiano (básico); Kréol do Haiti (bá- sico); Holandês (básico); Latim (básico). Sobre sua nomeação, José Reginaldo relata. “Assumo esse ministério, com a certeza de que o pastoreio do Povo de Deus pertence a Cristo. Serei, apenas, seu humilde servidor, colocando-me, em seu nome e em nome da Igreja, a serviço do bem comum. Por isso, escolhi como lema episcopal: “A serviço do bem comum” (Boni CommunisMinisterium). Acolho desde já, com muito afeto, os presbíteros, religiosos, religiosas, seminaristas e todo o Povo de Deus dessa Diocese. Para vocês serei bispo, com vocês serei cristão”, diz.
OS BISPOS DA DIOCESE
A Diocese de Jales acolhe no próximo domingo Dom José Reginaldo Andrietta, seu quarto Bispo. O momento é propício para um olhar retrospectivo sobre a história da Diocese, desde o seu primeiro Bispo, Dom Arthur Horsthuis, vindo em seguida Dom Luiz Eugênio Perez, e passando pelo longo período de Dom Luiz Demétrio Valentini.
O primeiro bispo, Dom Arthur, era um padre holandês, da congregação dos Assuncionistas. Sua escolha significou o reconhecimento do trabalho pastoral realizado no território que iria constituir a nova Diocese de Jales. Foi a Congregação dos Assuncionistas que avalizou a criação da Diocese. Mas já nos primeiros anos do seu ministério episcopal, Dom Arthur experimentou as dificuldades provenientes da crescente escassez do clero assuncionista, e o início do forte êxodo rural rumo aos grandes centros urbanos do Estado, que estancou o crescimento populacional das comunidades rurais, que eram características nesta região. Este contexto problemático se acentuou com a doença de Dom Arthur, que o levou a renunciar em 1968, quando em seguida a Diocese foi administrada por um ano e meio pelo Bispo Auxiliar de Ribeirão Preto, Dom Miele.
A nomeação do segundo Bispo, Dom Luiz Eugênio Perez, brasileiro, proveniente do clero diocesano de Ribeirão Preto, significou a consciência de que era necessário dar à Diocese uma feição mais identificada com a realidade brasileira, e mais assumida pelos próprios leigos, com a animação de um clero diocesano. A valorização dos movimentos leigos foi a estratégia adotada para suprir a evidente escassez de clero. Dom Perez ficou dez anos à frente da Diocese, quando foi transferido para a diocese de Jaboticabal. A diocese então ficou vacante, por um ano inteiro, fato que traduzia a dificuldade de a levar em frente, nas condições em que se encontrava.
Foi então que aconteceu a inesperada nomeação de um padre diocesano, jovem, proveniente do Rio Grande do Sul, para ser o Bispo de Jales, Dom Demétrio. Sua inarredável opção de priorizar a consolidação da estrutura administrativa e pastoral da Diocese, implicou na sua permanência de mais de trinta anos, garantindo a implementação progressiva dum projeto consistente de diocese que pudesse contar com a solidez das comunidades, e com a atuação de um clero diocesano em número satisfatório. No início do quarto mandato episcopal, a Diocese de Jales pode contar com a consolidação de uma caminhada eclesial, que viabilize, com tranquilidade, sua continuidade. É a herança que Dom Reginaldo recebe, com a incumbência de levá-la em frente.
O território da Diocese de Jales compreende 46 municípios da região noroeste do estado de São Paulo, sendo 35 da região administrativa de São José do Rio Preto e 11 da região administrativa de Araçatuba. Ao todo são 25 paróquias sediadas que passarão a ser conduzidas por José Reginaldo Andrietta.
Josanie Branco-O Extra.net