Depois de enfrentar crises internas entre a bancada parlamentar e o seu fundador, João Amoêdo, o partido Novo vai lançar, no próximo sábado, o deputado federal Vinicius Poit, de 35 anos, como pré-candidato ao governo de São Paulo. O palanque será montado em Ribeirão Preto, no interior no Estado, e terá a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema.
Integrante dos grupos de renovação política RenovaBR e Raps, Poit foi escolhido após passar pelo processo seletivo do partido que ficou desgastado no ano passado após a escolha de Filipe Sabará como candidato do Novo para a prefeitura da capital paulista. Acusado de ter mentido no currículo, Sabará rompeu com a legenda e teve a candidatura suspensa.
“O modelo de trazer gente de fora não funcionou bem lá atrás. O processo agora foi feito para valer”, disse Poit. O deputado afirmou que seu processo teve três fases. A primeira foi uma análise de currículo e entrevista. Em seguida, segundo ele, houve um “background check”. “O famoso puxar a capivara”, brincou. Na terceira fase foi feita uma “auditoria ética e de valores” na qual uma empresa especializada avaliou também como será a campanha e o plano de governo.
CENÁRIO
Quando questionado sobre o cenário na disputa em São Paulo, Poit relativiza a força da esquerda no Estado e critica o ex-governador Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB. “As pesquisas indicam que o Alckmin lidera as intenções de voto (para o governo de SP). A nossa atuação será muito de mostrar a renovação. Votar nele é fazer a mesma coisa que se faz há 30 anos. É um Estado inchado, que perdeu protagonismo e precisa de um enxugamento da máquina”.
O pré-candidato mencionou a troca de elogios entre o ex-governador e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A gente vê um possível alinhamento dele (Alckmin) com o Márcio França novamente, e mais preocupante, uma possível ida dele para ser vice do Lula. Alckmin não desmentiu. Vamos ter um governador de São Paulo alinhado com o Lula? Não é o que as pessoas de São Paulo querem”, afirmou.
O deputado, que promete entrar na disputa sem usar dinheiro público e não descarta abrir mão de sua candidatura para apoiar um nome mais bem colocado do seu campo em 2022, também faz críticas ao governador João Doria, mas ponderou que ele “marcou um golaço com a vacina”.
No plano nacional, o pré-candidato do Novo rechaça as críticas de João Amoedo de que faltou unidade da bancada na oposição ao governo Jair Bolsonaro, de quem é crítico. Ele chama de “catastrófica” a gestão presidencial. E garante que, se a polarização com Lula persistir até o segundo turno, vai votar nulo.
PSDB
Em meio ao apagão do aplicativo nas prévias no domingo, o PSDB homologou em Brasília a pré-candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia ao governo paulista em 2022. Depois de deixar o DEM e migrar para o PSDB, Garcia se apresentou para disputar prévias estaduais com intuito de pressionar o ex-governador Alckmin a tomar uma decisão – ou deixar o partido ou aceitar disputar o Senado. Como não houve outro inscrito, ele acabou sendo o escolhido.