O tenista número um do mundo Novak Djokovic foi incluído no sorteio do Aberto da Austrália nesta quinta-feira (13), embora a incerteza sobre sua participação no torneio continue pairando, com o governo australiano considerando se deveria ou não revogar seu visto pela segunda vez.
O ministro da Imigração, Alex Hawke, pode exercer seu poder discricionário para cancelar o visto com base na preocupação sobre a isenção médica do sérvio das regras de vacinação contra o novo coronavírus (covid-19) da Austrália.
O atual detentor do título do torneio, de 34 anos, que treinou na Rod Laver Arena na quinta-feira, enfrentará o compatriota sérvio Miomir Kecmanovic em sua partida de estreia, provavelmente na segunda ou terça-feira.
A saga intensificou o debate global sobre os direitos dos não vacinados e se tornou uma questão política complicada para o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, enquanto ele faz campanha para a reeleição.
A Austrália deve realizar uma eleição até maio, e enquanto o governo de Morrison ganhou apoio em casa por sua posição dura sobre a segurança na fronteira ele não escapou das críticas sobre a maneira que lidou com a questão do visto de Djokovic.
Djokovic, um cético em relação à vacina, alimentou a raiva generalizada na Austrália quando anunciou que estava a caminho de Melbourne com uma isenção médica dos requisitos para que os visitantes fossem vacinados contra a covid-19.
Na chegada, a Força Fronteiriça Australiana decidiu que sua isenção era inválida e ele foi mantido junto com os requerentes de asilo em um hotel de detenção da imigração por vários dias.
Um tribunal, na segunda-feira, permitiu que ele ficasse no país com o argumento de que os funcionários tinham sido “irracionais” em sua entrevista em um processo de sete horas no meio da noite.
O governo deve agora decidir se deixa Djokovic permanecer no país e, consequentemente, seguir na busca pelo 21º título de um torneio de Grand Slam, o que seria um recorde entre os homens.
“O que ele deve [fazer], é expulsá-lo”, disse Tyler Agnew, morador em Melbourne, sobre a decisão pendente, refletindo a raiva generalizada em um país que suportou alguns dos maiores lockdowns do mundo e tem uma taxa de vacinação de 90% entre os adultos.
A causa de Djokovic não foi ajudada por um erro em sua declaração de entrada, onde uma caixa foi marcada declarando que ele não havia viajado para o exterior nas duas semanas anteriores à partida para a Austrália.
Na verdade, ele tinha ido da Sérvia para a Espanha. Djokovic atribuiu o erro a seu agente e reconheceu que também não deveria ter feito uma entrevista e uma sessão fotográfica para um jornal francês em 18 de dezembro enquanto estava infectado pela covid-19.