A nova empresa a ser criada com a integração dos ativos da Petrobras na Braskem, anunciada hoje, será a terceira maior petroquímica das Américas em capacidade de produção, com 3,250 milhões de toneladas anuais. A primeira colocada é a Dow, com 5,039 milhões de toneladas e a segunda é a Exxon, com 4,767 milhões de toneladas. De acordo com a Braskem, caso a Triunfo seja mesmo adicionada ao portfólio, a capacidade crescerá em 160 mil toneladas anuais de polietileno.
Das demais empresas envolvidas no processo, a Copesul produz 1,250 milhão de toneladas anuais de eteno e 630 mil toneladas de propeno. A Ipiranga Petroquímica produz 550 mil toneladas de polietileno e 180 mil de polipropileno. Já a Petroquímica Paulínia vai adicionar 350 mil toneladas de polipropileno.
Com a integração, a Braskem se consolida como líder em participação de mercado no Brasil em diversos produtos. Fica com 60% do mercado de polietileno, 51% de polipropileno, 56% de PVC e 56% de resinas.
A operação traz uma sinergia de US$ 1,147 bilhão em valor presente líquido à empresa petroquímica, disse hoje seu presidente, José Carlos Grubisich. Sinergia é a ação conjunta de empresas, visando obter um desempenho melhor do que aquele demonstrado isoladamente. Desse total, US$ 409 milhões referem-se a ganhos financeiros.
Em entrevista coletiva à imprensa para comentar o acordo, ele disse que a empresa resultante da integração tem, em valores atuais anualizados, receita bruta de US$ 11,4 bilhões, receita líquida de US$ 9,1 bilhões, geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) de US$ 1,7 bilhão, ativos de US$ 11,5 bilhões e exportações de US$ 2,3 bilhões.
De acordo com Grubisich, a integração não deve gerar reclamações do Cade, pois este entende que, no Brasil, a Braskem não é formadora de preços, mas os acata vindos de negociações no exterior. “Não vamos desequilibrar a cadeia produtiva e o Cade reconhece isso”, disse.