Ela não vai poder desfazer aquelas ligações bêbadas ou conseguir apagar da memória de seus amigos o que você possa ter dito, mas um composto químico presente nela pode ajudar a preservar suas células cerebrais durante uma noite de bebedeira.
O consumo excessivo de álcool – definido como a ingestão de cinco doses ou mais para os homens, e de quatro doses ou mais para as mulheres, no período de duas horas – é conhecido por ser potencialmente prejudicial à saúde.
“Uma das coisas que o álcool faz é destruir algumas das células cerebrais que são importantes para a navegação e orientação”, explica o professor Mike Page, da Universidade de Huddersfield. “Mas a combinação do álcool com o nosso composto pode ajudar a superar este dano.”
O ingrediente chave é o etano-beta-sultama, que reduziu os danos às funções cerebrais causados pelo álcool quando foi testado em ratos, que foram administrados um regime alcóolico. Durante um episódio de bebedeira, o cérebro se protege produzindo células gliais, explica Page.
“Mas a combinação do etano-beta-sultama, quando administrada ao mesmo tempo que o álcool, diminuiu o nível de células gliais”, afirma.
Page e sua equipe demoraram 10 anos para criar o remédio, um dos maiores obstáculos sendo a dificuldade que a droga tinha de penetrar o mecanismo de defesa natural do cérebro, a chamada barreira hematoencefálica.
O composto consegue entrar no fluxo sanguíneo antes de a barreira ser ativada, o que Page explica o torna ainda mais eficiente.
Ele explica que o avanço abriu portas que poderia levar a novas opções no tratamento de Alzheimer e outras doenças neurológicas que não reagem às drogas devido à dificuldade já citada de penetrar a barreira de proteção.
O estudo foi publicado no Journal of Alcoholism & Drug Dependence.