Amigos e familiares de Gabriel Jesus estão reunidos na Rua Capitão Ulisses Soares, no Jardim Peri, zona norte da capital paulista, onde o jogador morava, para acompanhar o primeiro jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo.
Nascido no bairro, Jesus foi fotografado há quatro anos pintando a rua, na torcida pelo Brasil na Copa de 2014. Desta vez, Gabriel Jesus estreia como atacante da seleção na Rússia e é destaque da equipe brasileira. O Bar da Gisele, que fica no bairro e era frequentado pelo jogador, também reúne a vizinhança para acompanhar a partida.
O jogador, que começou na base do Palmeiras, venceu o campeonato brasileiro pelo clube, no qual foi escolhido o melhor do torneio, e conquistou o ouro olímpico inédito nos Jogos do Rio, ambos em 2016. Atualmente defende o time inglês Manchester City.
O tio de Gabriel, Luiz Antonio Diniz, também morador da mesma rua, lembrou orgulhoso dos tempos em que o jovem jogava futebol na rua: “ele já era bom de bola”. A vizinhança, com quem Gabriel assistiu aos jogos da Copa em 2014, agora veem o rapaz pela televisão. “Estamos reunidos aqui a turma que ajudou a pintar a rua neste ano e há quatro anos atrás. Todo mundo de quatro anos atrás. Esse ano ele mandou a tinta para gente pintar, pintamos essa rua onde ele morava e a rua lá embaixo, do ponto final [do ônibus], onde ele frequentava lá para jogar bola, ficava jogando bola lá de madrugada”, disse o tio.
“É um orgulho [vê-lo na seleção]. Há quatro anos, ele estava na categoria de base do Palmeiras, chegou do treino e ajudou a pintar a rua. E hoje ele está lá no mundial, na Rússia. É um orgulho, principalmente para os amigos dele, para meu filho, que jogavam bola com ele. Era tudo praticamente criança na época. Hoje estão todos contentes, a vizinhança toda gosta dele”, acrescentou.
Diniz, que é irmão da mãe do jogador, lembrou do apoio que Vera Lúcia Diniz de Jesus deu ao filho Gabriel para que pudesse continuar jogando bola. “O que a mãe dele batalhou, trabalhava demais para cuidar dos quatro filhos, hoje, graças a Deus, tem uma vida melhor”, disse Luiz Antonio. “Cuidou dos quatro filhos e de mais dois netos. Ela era doméstica, trabalhava em casa de família. Quando ele assinou o primeiro contrato [2015], ele falou para a mãe dele não trabalhar mais e ela ia trabalhar escondida. Ela falava não, eu tenho que trabalhar”.