sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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No Brasil não existe racismo, diz vice-presidente Hamilton Mourão

O vice-presidente Hamilton Mourão lamentou o espancamento de um homem negro até a morte por seguranças de um supermercado Carrefour em Porto Alegre, mas disse não considerar que o episódio…

O vice-presidente Hamilton Mourão lamentou o espancamento de um homem negro até a morte por seguranças de um supermercado Carrefour em Porto Alegre, mas disse não considerar que o episódio tenha sido provocado por racismo. O Brasil marca nesta sexta (20), um dia depois da trágédia, o Dia da Consciência Negra.

Ao comentar o episódio, filmado e divulgado desde o fim da noite de quinta, Mourão afirmou que a equipe de segurança do estabelecimento estava “totalmente despreparada”, mas disse que não existe racismo no Brasil.

As declarações do vice ocorreram no dia da Consciência Negra, em meio a forte comoção após a morte de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos que foi espancado por dois seguranças de uma loja do supermercado Carrefour localizada no bairro Passo d´Areia, na zona norte de Porto Alegre.

“Lamentável isso aí. A princípio é a segurança totalmente despreparada para a atividade que tem que fazer”, disse o vice, ao chegar em seu gabinete no Palácio do Planalto, em Brasília.

Questionado se considerava que o episódio mostrava um problema de racismo no Brasil, Mourão respondeu: “Não, para mim no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar, isso não existe aqui. Eu digo pra você com toda tranquilidade, não tem racismo”.

O vice foi novamente perguntado por jornalistas se não enxergava um componente racial no episódio. Ele reiterou que não considerava um caso de racismo. “Não, eu digo para vocês pelo seguinte: porque eu morei nos Estados Unidos. Racismo tem lá. Eu morei dois anos nos Estados Unidos. Na minha escola, o pessoal de cor andava separado, [algo] que eu nunca tinha visto isso aqui no Brasil. Saí do Brasil, fui morar lá, era adolescente, e fiquei impressionado com isso aí”.

Mourão afirmou que morou nos EUA no final da década de 60, quando o debate sobre direitos civis e segregação estava no auge.

“Isso no final da década de 60. Mais ainda, o pessoal de cor sentava atrás do ônibus, isso é racismo. Aqui não existe. Aqui, o que você pode pegar e dizer é o seguinte: existe desigualdade. Isso é uma coisa que existe no nosso país. Nós temos uma brutal desigualdade aqui, fruto de uma série de problemas, e grande parte das pessoas de nível mais pobre, que tem menos acesso aos bens e as necessidade da sociedade moderna, são gente de cor”.

Segundo informações do site GaúchaZH, o espancamento aconteceu após uma briga da vítima com uma funcionária do supermercado. Ela chamou os seguranças, que levaram Beto Freitas para o estacionamento e o espancaram até a morte. O Carrefour, por meio de sua assessoria de imprensa, definiu a morte como brutal e anunciou que romperá o contrato com a empresa responsável pelos seguranças. Informou também que vai demitir o funcionário responsável pela loja na hora do ocorrido.​

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