O reservatório da Usina Hidrelétrica de Água Vermelha, na divisa entre Minas Gerais e São Paulo, voltou a registrar um nível crítico, gerando preocupação no setor energético. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o volume útil armazenado é de apenas 28,38%, o que a coloca como o reservatório com o índice mais baixo de todo o Brasil entre os grandes monitorados.
A usina está localizada no Rio Grande, entre Iturama (MG) e Ouroeste (SP).
Queda acentuada em comparação com anos anteriores
A situação atual é de alerta, especialmente quando comparada aos últimos anos. Em meados de agosto, o reservatório operava com quase 40% da capacidade.
Há um ano, no mesmo período de 2024, o índice também era de cerca de 40%. Já em 2023, o armazenamento ultrapassava os 60%. A última vez que a represa enfrentou uma situação mais crítica foi em junho de 2021, quando chegou a registrar um dos piores índices da história, com apenas 7,74% do volume útil.
Sem previsão de chuvas significativas
A expectativa para os próximos dias não é favorável. O Climatempo não prevê chuvas significativas para a região, com probabilidade de precipitações de 0% até a próxima quinta-feira (9). Somente a partir de sexta-feira (10) há possibilidade de chuvas isoladas e de baixa intensidade, insuficientes para elevar de forma relevante o nível da água.
A usina de Água Vermelha tem capacidade para gerar até 1.396,2 Megawatts (MW) e representa mais de 2% do volume total do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por mais de 70% da geração hidrelétrica do país. A baixa no nível preocupa não apenas o setor de energia, mas também o impacto ambiental e socioeconômico em comunidades ribeirinhas, na pesca e na irrigação agrícola.
A estiagem prolongada no Sudeste e Centro-Oeste pressiona o sistema elétrico nacional, exigindo o uso de termelétricas, o que resulta em contas de luz mais caras e maior emissão de gases poluentes.
