

O reservatório da Usina Hidrelétrica de Água Vermelha, localizada no Rio Grande, na divisa entre Iturama (MG) e Ouroeste (SP), voltou a registrar uma queda acentuada em seu nível nas últimas semanas. O dado mais recente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgado na terça-feira (28), mostra que o volume útil armazenado está em apenas 25,66% da capacidade total.

A situação do reservatório, que tem capacidade instalada para gerar 1.396,2 megawatts (MW), é crítica. No início do mês, Água Vermelha já era um dos reservatórios mais vazios do país, com 28,38%. Agora, foi superada apenas pela Usina de São Simão, no rio Paranaíba, que opera com 20,65% e detém o menor nível do Brasil atualmente.
Comparação Histórica e Impactos
O cenário atual representa uma redução significativa em comparação com os meses anteriores: em meados de agosto, o nível estava próximo de 40%. Apesar de ser semelhante ao volume registrado há um ano, em 2023 o reservatório operava com mais de 60% de sua capacidade. O histórico recente da usina, que chegou a operar com apenas 7,74% em junho de 2021 (o menor índice desde sua inauguração), reforça a preocupação.
A queda no nível da água não afeta apenas a geração de energia – Água Vermelha é responsável por 2,12% da capacidade de armazenamento do subsistema Sudeste/Centro-Oeste. O problema impacta diretamente as comunidades ribeirinhas, atividades de pesca, irrigação agrícola, turismo e navegação fluvial na região.
O Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que concentra a maior parte da geração hidrelétrica do Brasil, opera com 44,78% de sua capacidade total. A situação exige monitoramento constante e ações preventivas, especialmente com a proximidade do período de chuvas, que será fundamental para recuperar, mesmo que lentamente, parte do volume perdido.
A usina de Água Vermelha é operada pela Auren Energia, a terceira maior geradora do país.













