sábado, 23 de novembro de 2024
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Neymar deixa individualismo de lado e assume protagonismo

Neymar fez nesta quarta-feira, diante da Sérvia, a sua melhor partida na Copa do Mundo da Rússia. O principal jogador da Seleção Brasileira deixou de lado o individualismo bobo para…

Neymar fez nesta quarta-feira, diante da Sérvia, a sua melhor partida na Copa do Mundo da Rússia. O principal jogador da Seleção Brasileira deixou de lado o individualismo bobo para jogar pela equipe.

Atuando a maior parte do tempo aberto pelo lado esquerdo do campo, ele fez boa parceria com Philippe Coutinho, teve apoio de Filipe Luís, deixou companheiros de ataque na cara do gol e cobrou o escanteio na cabeça de Thiago Silva no lance que culminou com o segundo gol da seleção. Foi quase o Neymar que se espera dentro de campo.

Desde que a Copa do Mundo começou, o atacante vinha sendo protagonista mais pelas polêmicas do que pela bola que vinha jogando. Do excesso de individualismo da estreia contra a Suíça ao pênalti cancelado na partida contra a Costa Rica por uma queda espalhafatosa, o jogador parecia mais dedicado a mostrar ao mundo o seu próprio desempenho do que o da seleção.

Nesta quarta-feira, o camisa 10 da seleção foi diferente. Começou jogando bem aberto pela esquerda, buscando jogadas junto à linha lateral e procurando quase sempre ser vertical. Quando não conseguia, tinha em Philippe Coutinho um ótimo parceiro para tabelar. Dentro da área adversária, nas vezes em que teve espaço, chutou a gol. Nas que não teve, buscou opções até o limite aceitável.

Coincidência ou não, Neymar também pareceu ter dado ouvido aos que o acusaram de ser “cai-cai”, crítica vinda sobretudo da mídia estrangeira. Contra a Sérvia, o craque voltou a ser o mais visado pelos marcadores, mas em vez de cavar as faltas procurou seguir as jogadas. Foi assim no primeiro tempo, foi assim no segundo.

O empenho do atacante dentro de campo foi reconhecido pela torcida brasileira, que mais uma vez foi maioria no estádio. Pela primeira vez nesta Copa do Mundo, Neymar teve o seu nome gritado pela torcida – foi no segundo tempo, momentos antes de fazer a cobrança de escanteio que resultaria no segundo gol do Brasil.

O reconhecimento da torcida também deu ao craque a liberdade de querer ser o maestro das arquibancadas. Em mais de um momento, Neymar levantou os dois braços em relação à torcida brasileira pedindo por mais apoio e barulho. Foi atendido. O craque, enfim, caíra no gosto do torcedor.

A boa atuação, contudo, não foi suficiente para que o jogador se dispusesse a dar entrevistas na saída do estádio. Após a partida, Neymar mais uma vez passou pelos jornalistas sem dar declarações – nem mesmo um “não vou falar hoje” ele se dispôs a falar. Optou, como na semana passada, por se manifestar apenas pelas redes sociais. “Primeiro objetivo conquistado. Parabéns, rapaziada. Vamos Brasil”, escreveu o atacante. O próximo objetivo será nesta segunda-feira, em Samara, contra o México.

CONFIRMAÇÃO – O bom rendimento de Neymar na partida contra a Sérvia acabou confirmando a previsão feita pela comissão técnica da seleção brasileira. Desde que o jogador voltou a atuar, no segundo tempo do amistoso contra a Croácia em Liverpool, que o Brasil venceu por 2 a 0 com ele fazendo o primeiro gol, Tite tem dito que ele demoraria até cinco partidas para conseguir retomar o melhor ritmo.

Neymar foi bem nos 45 minutos daquele jogo disputado em 3 de julho, teve desempenho aceitável uma semana depois nos 3 a 0 sobre a Áustria, também em amistoso, mas nas duas primeiras partidas da Copa o seu desempenho caiu. Ele acabou criticado, pelo individualismo que se mostrou infrutífero, e também pelo destempero que demonstrou na partida contra a Costa Rica, quando chegou a levar um cartão amarelo por reclamar acintosamente com o árbitro.

Tite, em sua fiel defesa de Neymar, não quis dizer nesta quarta-feira se tomou a iniciativa de pedir ao atacante que jogasse de maneira coletiva e principalmente que se controlasse. “Por uma questão de ética eu não externo o que falo para meus jogadores”, disse o treinador da seleção. No entanto, ao ser questionado sobre a melhora de produção do jogador, preferiu listar vários jogadores que, em um momento ou outro da seleção sob seu comando, foram protagonistas.

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